A medicina e os desafios na descoberta e tratamento do câncer

Martagão Gesteira é uma das unidades que faz parte do Desenho Regional da Rede de Atenção ao paciente com câncer na Bahia

Eles têm a responsabilidade de serem a voz da esperança e o abraço da cura, por eles passam pessoas de todas as classes sociais e crenças. Não importa a especialidade, seja pediatra, ginecologista, oncologista ou clínico geral, os médicos, são instrumentos da saúde, da compaixão e do cuidado.

Nesta quarta-feira, 18, é celebrado o dia do médico. A data é uma homenagem a São Lucas, padroeiro dos profissionais. O santo nasceu em Antioquia (cidade localizada no sudeste da Turquia), numa família pagã e converteu-se ao cristianismo. Era médico e curou muitas pessoas nos locais por onde passou.

Entre os inúmeros desafios da profissão, estão o da prevenção e o do tratamento precoce contra o câncer. Doença que ainda apresenta um impacto profundo para a saúde global e, que de acordo com Agência Internacional de Pesquisa em Câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS), acomete quase 600 mil pessoas no Brasil, por ano.

A médica oncologista do Núcleo de Oncologia da Bahia, NOB, e primeira brasileira a compor o time global da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, Clarissa Mathias, destaca que o diagnóstico precoce ainda é a medida fundamental para evitar complicações e ampliar as chances de cura da doença. “Na verdade, o câncer pode ser curado se diagnosticado precocemente. Para muitos tipos da doença, a identificação do perfil molecular é extremamente importante, bem como a individualização do tratamento”, completa.

Outro desafio e de fundamental importância diz respeito ao acesso a tratamentos igualitários aos serviços de saúde. Apesar dos avanços, muitos pacientes ainda enfrentam dificuldades para obter diagnóstico precoce, tratamentos especializados e medicamentos inovadores.

Clarissa Mathias, destaca que o diagnóstico precoce ainda é a medida fundamental para evitar complicações e ampliar as chances de cura da doença.

Clarissa Mathias, destaca que o diagnóstico precoce ainda é a medida fundamental para evitar complicações e ampliar as chances de cura da doença. |  Foto: Divulgação: Miro

A especialista chama atenção para a preocupação com novos hábitos de vida e cuidados alimentares e explica que na maioria dos casos, os tumores não têm relação com fatores genéticos. “A exemplo, o câncer de mama. Apenas 10% dos casos são de origem genética. Em sua grande maioria os casos têm ligação com fatores como: utilização do cigarro, bebida em excesso, alimentação não controlada, excesso de peso e falta de atividade física”, conclui.

Ação NOB outubro rosa

Com 73.610 novos casos previstos para 2023 pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais incidente nas mulheres brasileiras (depois do de pele não melanoma). Na Bahia, o Instituto estima 4230 novos casos da doença este ano.

Em homenagem ao mês de conscientização para prevenção do câncer de mama, o NOB Oncoclínicas promove, no dia 26 de outubro, evento no formato de Talk Show com o tema “Vida após o Câncer: ampliando os olhares sobre o Outubro Rosa”.

O evento será realizado no auditório da clínica, em Ondina, contará com a participação de ativistas oncológicas, é aberto ao público e as vagas são limitadas. Os interessados em participar devem fazer a inscrição prévia através do site.

Principais tipos de câncer

Câncer é um termo genérico para um grande grupo de doenças que pode afetar qualquer parte do corpo. Uma característica que define a doença é a rápida criação de células anormais que crescem além de seus limites habituais e podem invadir partes adjacentes do corpo e se espalhar para outros órgãos, processo referido como metástase que é a principal causa de morte por câncer.

Os tipos mais comuns são:

* pulmão (2,09 milhões de casos)

* mama (2,09 milhões de casos)

* colorretal (1,8 milhão de casos)

* próstata (1,28 milhão de casos)

* câncer de pele não-melanoma (1,04 milhão de casos)

* estômago (1,03 milhão de casos)

As causas mais comuns de morte por câncer são:

* pulmão (1,76 milhão de mortes)

* colorretal (862 mil mortes)

* estômago (783 mil mortes)

* fígado (782 mil mortes)

* mama (627 mil mortes)

Plano Estadual de Atenção ao Câncer

Em 2016, o Plano Estadual de Atenção ao Câncer foi aprovado pelo Ministério da Saúde, sendo atualmente o norteador das ações voltadas ao enfrentamento do câncer, onde consta o Desenho Regional da Rede de Atenção ao paciente com câncer.

No início do mês de outubro, a Secretaria de Saúde do Estado, Sesab, inaugurou em Jequié, a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia.

Confira abaixo rede de atendimento oncológico na Bahia:

*Hospital Martagão Gesteira

*Hospital Estadual da Criança

*Hospital Dom Pedro de Alcântara

*Hospital Santa Izabel

*Hospital Maternidade Luiz Argolo

*Hospital Calixto Midlej Filho

*Hospital São José / Maternidade Santa Helena

*Hospital Manoel Novaes

*Hospital Geral de Vitória da Conquista

*Hospital Regional de Juazeiro

*Hospital Municipal de Teixeira de Freitas

*Hospital Geral Roberto Santos / CICAN

*Hospital SAMUR

*Hospital do Oeste

*Hospital Estadual da Mulher

*Hospital Municipal de Caetité

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Hospital Regional Dr. Mario Dourado Sobrinho

Perspectivas futuras

Apesar desses desafios, há perspectivas promissoras para o tratamento do câncer no Brasil. O país possui uma comunidade científica ativa e talentosa, que tem contribuído para avanços significativos na área oncológica. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem investido cada vez mais em oncologia, ampliando a oferta de serviços e tratamentos em todo o país. 

A telemedicina também tem se mostrado uma ferramenta eficaz para levar especialistas a regiões remotas e facilitar o acesso aos cuidados. Além disso, a implementação de programas de rastreamento e prevenção mais abrangentes pode ajudar a detectar o câncer em estágios iniciais, aumentando as chances de cura.

A Tarde

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