Cinema pornô é selecionado para receber R$ 750 mil de verba pública

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Um cinema pornô de Goiânia (GO) foi selecionado em edital do Governo de Goiás para receber R$ 750 mil e ser revitalizado. O objetivo do dono do estabelecimento é transformar o local em um cinema cultural, com filmes para o público geral.

O Cine Astor foi selecionado no resultado preliminar do edital voltado para dinamização de salas de cinema, públicas e privadas. Ainda há espaço para contestação antes do resultado final.

Esse edital é promovido pela Secretaria de Estado da Cultura de Goiás (Secult-GO), mas o recurso é federal e recebido via Lei Paulo Gustavo, executada em parceria com o Ministério da Cultura (MinC).

Além do Cine Astor, outros cinco cinemas foram selecionados para receber valores entre R$ 200 mil e R$ 750 mil.

Mudança na programação

O dono do Cine Astor é o empresário Edson Zanini. Ele também tem uma casa de filmes adultos em Taguatinga (DF).

Em funcionamento no centro da capital goiana, o Cine Astor foi um cinema considerado tradicional até meados de 2001, quando foi fechado por falta de recursos para o processo de digitalização das salas e foi transformado em cinema pornográfico.

É o que explicou Edson Zanini ao Metrópoles. Ele disse que, caso saia realmente vencedor do edital, pretende utilizar os R$ 750 mil em um projeto de reforma do cinema e retomada de seu funcionamento como cinema cultural. O custo total do projeto é de R$ 1,2 milhão.

“As pessoas que criticam é porque não têm conhecimento sobre o projeto que apresentamos. É um projeto sério, em que o cinema pode contribuir com a cultura goiana, mesmo tendo sido transformado em cinema adulto no passado”, defendeu Edson.

A reforma prevê ampliação de salas, troca de poltronas e de telas, além de uma nova pintura. O atual vermelho vivo das paredes será trocado por um azul suave. Também está no projeto o atendimento a escolas.

Sem filme adulto

Em nota ao Metrópoles, a Secult de Goiás confirmou que o projeto selecionado visa à restauração e reforma de um cinema de rua, para que volte a exibir filmes comerciais e culturais.

“Não há nada relacionado a conteúdo adulto na proposta recebida pela pasta”, escreveu em trecho da nota.

Por e-mail, o MinC esclareceu que não é responsável pela formulação e publicação dos editais, nem pela seleção dos projetos.

“Eventuais irregularidades na execução dos recursos pelo Estado serão avaliadas e tomadas as devidas providências quanto à responsabilização dos órgãos e gestores locais. A pasta enviará ofício à Secult para verificação do fato”, escreveu em trecho da nota.

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