Geraldo Jr. deve ser escolhido à Prefeitura por Conselho Político para evitar desgastes a Wagner e Jerônimo no PT

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O governador Jerônimo Rodrigues (PT) pode repassar ao conselho político a responsabilidade pela palavra final sobre quem será o candidato da base aliada à Prefeitura de Salvador. Além de um gesto simbólico que reforça a imagem de líder democrático e que respeita os aliados, como o petista tem se posicionado na prática, a estratégia visa evitar que caia no colo do chefe do Executivo estadual o desgaste pela retirada das candidaturas postas pelo PT e PCdoB em favor do vice-governador Geraldo Júnior (MDB).

Entre esta quarta-feira (23) e hoje (24) o Política Livre ouviu diversas lideranças dos partidos da base que tem cadeira no conselho, bem como fontes do governo, sobre quando haverá uma definição a respeito do escolhido, afinal dezembro está chegando e Jerônimo gostaria que o anúncio fosse feito ainda este ano.

Apesar do fortalecimento recente do nome do pré-candidato do PT, deputado estadual Robinson Almeida, o sentimento da maioria dos aliados é que o escolhido será Geraldo Júnior, como já antecipou o site. O emedebista é visto como o mais competitivo para enfrentar o prefeito Bruno Reis (União), postulante à reeleição. Além disso, há quem entenda que essa escolha também é salutar porque abriria um espaço novo na chapa de Jerônimo no pleito de 2026, pois o MDB perderia, em tese, a prerrogativa de repetir a indicação para a vice do governador.

Apesar disso, segundo fontes petistas, Jerônimo ainda tem dúvidas entre Geraldo Júnior e Robinson Almeida e não quer ser a pessoa a comunicar a um dos dois que retire a pré-candidatura. A estratégia é deixar que isso seja feito, embora com articulação prévia já em andamento, pelo conjunto de partidos aliados, em uma decisão que seria validada pelo comando nacional do PT e da federação. Pré-candidata do PCdoB, a deputada estadual Olívia Santana não estaria mais na disputa.

Apesar da simpatia por Geraldo Júnior, o senador Jaques Wagner, outra liderança petista envolvida diretamente nas articulações sobre Salvador, também não teria mais condições políticas de dizer não à candidatura do PT. Em outubro, na plenária do partido na capital, o parlamentar pregou a unidade da base, mas, para ficar bem com a militância, afirmou que Robinson é o candidato preferido dele, pois ambos são da mesma legenda.

Outro fator que afastaria neste momento Wagner da tarefa de tirar Robinson da cabeça de chapa em 2024 foi o posicionamento do senador a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limitou os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovada ontem no Senado. O PT nacional reprovou a atitude publicamente.

A reunião do conselho político para o anúncio do candidato da base em Salvador só deve acontecer depois do dia 5 de dezembro, quando o governador deve retornar da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28) – a previsão é que Jerônimo embarque para Dubai, nos Emirados Árabes, onde acontece o evento, no próximo dia 30, junto com o presidente Lula (PT).

Dificilmente o anúncio sairá antes da viagem internacional, visto que Jerônimo precisará contornar eventuais crises que irão surgir, inclusive dentro do próprio partido. Embora alguns petistas já admitam que o escolhido será Geraldo Júnior, parte dos vereadores da sigla e da federação defende que o candidato seja Robinson Almeida para ampliar as chances de crescimento da bancada na Câmara – eles dizem que se o nome for Geraldo Júnior, haverá redução.

Outra questão pendente é se será anunciado apenas o candidato a prefeito ou a chapa completa. Como mostrou a coluna Radar do Poder desta semana (clique aqui para ler), Jerônimo defende que o nome da vice também seja resolvido este ano.

A preferência do MDB para o posto é pela secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Fabya Reis, que recebeu a tarefa do governador de coordenar a comissão responsável por apresentar propostas para o futuro candidato em Salvador e fazer um diagnóstico dos principais problemas da atual gestão municipal. Mas a escolha caberá ao PT e à federação.

Política Livre

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