Depois de a Arquidiocese de Salvador afirmar que o padre Lázaro Muniz não foi informado sobre a inclusão de elementos afro no casamento que celebrou no último sábado (4), o religioso afirma que não teria permitido o ocorrido, caso fosse consultado. Durante a cerimônia, uma mulher representando a orixá Iansã entrou na Igreja Santa Teresa, o que gerou críticas de católicos e candomblecistas.
Os registros do matrimônio mostram que além da representação da orixá, houve ritual de defumação e a entrada de baianas - inserções típicas de rituais da umbanda. Para o padre Lázaro Muniz, que diz ter sido surpreendido, o ocorrido foge dos preceitos católicos. “Certamente não seria dada permissão porque não faz parte do ritual. As criatividades podem ser direcionadas para os festejos após a celebração”, garante.
Lázaro Muniz é coordenador da Comissão Arquidiocesana de Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso (Caedi) e explica porque decidiu não interromper a cerimônia diante da incursão. “Não suspendi para não provocar constrangimento, porém questionei e alertei o casal sobre os erros cometidos”, explica.
Veja também
Quem também critica a inserção dos elementos afro sem a devida autorização é o padre Abel Pinheiro, pároco da Catedral Basílica de Salvador. “Os acréscimos particulares só fazem diminuir a beleza do ritual católico”, afirma o padre. Ele explica ainda que a cerimônia da Igreja Católica tradicional é formada por três momentos: o acolhimento dos noivos e dos convidados, a proclamação da palavra de Deus e diálogo com os cônjuges
“A igreja tem um rito próprio do casamento, que segue o rito sacramental que é estabelecido pela Santa Fé”, completa. Depois que as manifestações afro aconteceram, o casamento foi realizado da maneira tradicional, segundo a Arquidiocese de Salvador.
Fonte:Correio
0 Comentários