O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) prestou depoimento no início da tarde desta quinta-feira (7) ao juiz Luciano Carrasco Falavinha Souza, no âmbito da ação de investigação em trâmite contra ele no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná, e negou abuso nos gastos da pré-campanha do ano passado.
O depoimento de Moro durou pouco menos de uma hora. Ele atendeu às questões do juiz, mas preferiu não responder às perguntas dos advogados dos partidos que moveram a ação de investigação, o PL e a federação formada por PT, PV e PC do B.
“Me sinto agredido e não me sinto confortável em participar de um teatro”, justificou ele, sobre a recusa em falar com os representantes das siglas, durante breve pronunciamento à imprensa que estava no local. “Não houve abuso. Participei de uma eleição muito difícil, mas foi tudo dentro das regras”, completou ele.
O senador também destacou que seu depoimento não era obrigatório, mas que optou por comparecer em respeito à Justiça Eleitoral e para esclarecer dúvidas do magistrado.
“São ações frívolas do PT, que tem uma animosidade comigo, e, do outro lado, de um candidato que perdeu as eleições e quer ganhar no tapetão”, disse Moro em referência ao ex-candidato ao Senado e ex-deputado federal Paulo Martins (PL), segundo colocado naquele pleito.
As legendas pedem a cassação do mandato de Moro por abuso de poder econômico na campanha e a realização de um novo pleito.
“Essas ações são um verdadeiro castelo de cartas. Começam falando levianamente que teria caixa 2, que teria um monte de ilicitude. Nada foi comprovado porque nada disso existe. O que você tem é um monte de nada”, disse ele à imprensa.
Moro também criticou o fato de os partidos considerarem que os gastos com segurança estão no rol de despesas da campanha. O senador justificou que foi juiz da Lava Jato, que o país vem de uma “eleição polarizada em que um dos candidatos foi esfaqueado” e que sua atuação como ministro da Justiça o deixava em risco.
“Dizer que gastos com segurança e carro blindado deveriam levar a minha cassação é absurdo, temerário”, disse ele. Moro também alega que não ficou com o carro blindado, transferido para o acervo permanente do partido, e que todo o aparato “não traz nenhuma vantagem competitiva em eleições”. “Pelo contrário, andar com segurança e carro blindado até soa antipático ao eleitor”.
O depoimento de Moro nesta quinta encerra a fase de instrução do processo, que deve ir a julgamento no TRE em janeiro de 2024. Moro vai apresentar as alegações finais até semana que vem.
Catarina Scortecci, Folhapress
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