O plano diabólico do PT para a candidatura de Geraldo Jr. à Prefeitura, por Raul Monteiro

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O vice-governador Geraldo Jr. pode ser o candidato do grupo governista a prefeito de Salvador

Partidos da base do governo questionam que tipo de plano diabólico rege a intenção das lideranças petistas de transformarem, a qualquer custo, o vice-governador Geraldo Jr. (MDB) no candidato do grupo a prefeito de Salvador, lançando para o espaço a candidatura da legenda que comanda o governo do Estado há 17 anos, representada pelo deputado estadual Robinson Almeida. Ponderam, por exemplo, que o eventual futuro candidato não tem base eleitoral significativa na cidade, nem grupo empresarial que o apoie, contando basicamente com a estrutura e os recursos de seu partido, comandado na Bahia pelos irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima.

Como é de conhecimento geral, a ideia de jogar o MDB, ao invés do PT, na disputa nasce basicamente na cabeça do senador Jaques Wagner. Foi ele, que, avaliando a sucessão do prefeito Bruno Reis (União Brasil), candidato à reeleição, como difícil para a oposição, trabalhou para ver outro partido da base concorrendo e, eventualmente, perdendo, de forma a preservar a sua sigla. É sabido também que, inicialmente, o plano enfrentou, inclusive, resistência entre os emedebistas, para os quais, como para todo mundo que entende minimamente de política, o nome do candidato tinha que ter saído até outubro para se tornar competitivo.

Wagner não só quis tirar o PT da jogada, temendo que a legenda se queimasse mais uma vez disputando uma eleição que considera ganha pelo adversário, como tratou de trabalhar para que os aliados do MDB assumissem o protagonismo na eleição. Mas o plano não saiu como esperado. A notícia de que o escolhido seria Geraldo Jr. vazou antes da hora, o PT se revoltou contra a manobra e acabou estendendo a permanência no jogo de Robinson, pensado também pelo senador petista apenas como uma forma de impedir que o presidente da Conder, José Trindade, afilhado do ministro Rui Costa (Casa Civil), entrasse no PT para virar candidato.

Talvez Wagner seja hoje a liderança no grupo do governo que mais saiba das dificuldades profundas que o nome de Geraldo Jr. enfrentará na sucessão ao Palácio Thomé de Souza. O senador sentiu na pele a resistência do empresariado e de outros setores da elite baiana ao nome do vice-governador num pequeno périplo que tentou fazer para vender o nome do candidato. A reação foi tamanha que ele desistiu de prosseguir nos contatos para assegurar um mínimo de viabilidade ao hoje vice-governador, que agora permanece no sereno sem saber quando será anunciado como candidato nem se terá o direito de efetivamente disputar a Prefeitura com Bruno.

Dada a inconteste liderança que Wagner exerce sobre o grupo governista, que o escuta como a um oráculo, é difícil imaginar que os demais comandantes petistas não compartilhem hoje do seu mesmo sentimento de que, uma vez removido Robinson, não será fácil colocar a candidatura emedebista nos trilhos. Mas se é do conhecimento de todos que a tarefa será árdua, afinal por que motivo se insiste nela? Primeiro, porque ninguém acredita que, sem apoio, Geraldo Jr. decole. Segundo, porque, sendo um fracasso nas urnas, ele estará definitivamente fora da chapa com que o governador Jerônimo Rodrigues vai disputar a reeleição, em 2026.

Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição Raul Monteiro

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