Coordenado por docentes e estudantes de Medicina da Ages, projeto contemplou estudantes da Escola Parque Municipal Ineny Nunes e usuários da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Povoado de Baixão
A última pesquisa TIC Kids Online, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, indicou que no ano de 2022, 92% da população brasileira com idade entre nove e 17 anos era usuária de Internet, sendo o celular o dispositivo mais usado por este público. A pesquisa ainda apontou que 86% desses usuários possuem, ao menos, um perfil em redes sociais. Já quando o recorte é feito entre os usuários de 15 a 17 anos, o percentual sobe para 96%.
Outro dado alarmante é o tempo gasto no uso de smartphones, telas e dispositivos eletrônicos. O Brasil é um dos países do mundo que passa mais tempo utilizando as tecnologias digitais, cerca de nove horas/dia. E estudos significativos, como o trabalho Twenge e Campbell, apontam para uma correlação preocupante entre o aumento do uso de telas e o declínio da saúde mental.
Para levar as informações desses estudos e de outros - tão preocupantes quanto -, promover educação e saúde e alertar os pais, professores e adolescentes sobre os efeitos adversos do uso exacerbado das tecnologias digitais, a Faculdade Ages de Medicina de Irecê, integrante da Inspirali, a vertical de ensino de Medicina do Ecossistema Ânima, realizou no segundo semestre de 2023 o Projeto de Extensão ‘Se Liga’.
Coordenado pela doutoranda em Família na Sociedade Contemporânea e docente da Ages, Diana Cavalcante, o ‘Se Liga’ teve a participação de oito alunos do curso de Medicina e contemplou 30 estudantes, do sexto ano do ensino fundamental, com idades entre 11 e 12 anos, da Escola Parque Municipal Ineny Nunes. O projeto também foi aplicado na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Povoado de Baixão.
De acordo com Diana Cavalcante, a falta de conscientização sobre os perigos inerentes ao uso descontrolado das novas tecnologias expõe os adolescentes a riscos significativos. “Dada a novidade desses desafios, muitos jovens podem não estar cientes dos impactos potenciais na saúde física, mental e nos relacionamentos humanos. Portanto, a informação desempenha um papel crucial na prevenção, capacitando os adolescentes a tomar decisões informadas e adotar práticas saudáveis desde cedo”, ressaltou a docente.
Para trazer mais ludicidade e envolver o público-alvo, o ‘Se liga’ transformou-se em um empolgante jogo de tabuleiro, repleto de perguntas sobre o uso das novas tecnologias. Os futuros médicos abordaram de forma interativa os pontos essenciais para orientar os jovens sobre o universo digital. Além do jogo de tabuleiro, foram realizados workshops, criação de material educativo, palestras, ações de conscientização junto aos pais e responsáveis.
Também foram confeccionados folders e lembrancinhas contendo guloseimas, acompanhadas de mensagens que exploram curiosidades sobre temas sensíveis, que são encontrados facilmente ao acessar a internet. A estratégia criativa visou destacar perigos que, embora não causem impacto direto no físico e mental, influenciam de maneira significativa na saúde e segurança das crianças.
“A extensão do impacto do projeto para além das atividades presenciais evidencia a responsabilidade social dos alunos de Medicina, que não apenas abordaram questões de saúde nas escolas, mas também buscaram estender os benefícios para o ambiente familiar. Essa abordagem holística reforça a importância da educação em saúde como uma ferramenta transformadora em comunidades locais”, finalizou Diana Cavalcante.
O projeto acabou de ser concluído e será renovado em 2024, com um novo público-alvo que pode ser crianças, adolescentes ou adultos jovens. O ‘Se liga’ seguirá com avaliações contínuas do impacto do projeto por meio da coleta de dados sobre as mudanças de comportamento e hábitos relacionados ao uso de tecnologias digitais entre os estudantes.
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