Mortes em cinco cidades e consultas adiadas em hospital alagado: veja as principais consequências do temporal no Rio

Móveis e eletrodomésticos inutilizados pela inundação formaram montanhas de lixo na comunidade Parmalat, em Acari: moradores contaram que enchente chegou a 1,5 metro de altura, espalhando prejuízos — Foto: Marcia Foletto

Numa reprise de outros verões trágicos, as chuvas voltaram a assolar o Rio no fim de semana, deixando ao menos 11 mortos e uma mulher desaparecida na Zona Norte da capital e na Baixada Fluminense. Os temporais começaram na tarde de sábado e se estenderam pela madrugada. Quando o domingo amanheceu, com dezenas de bairros afundados no caos, começaram a ser encontrados corpos de vítimas afogadas, soterradas e eletrocutadas. Os alagamentos persistiam, chegando a interditar totalmente a Avenida Brasil. O subsolo do Hospital municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, tampouco escapou da inundação, e a unidade ficou seis horas sem energia elétrica. Estações da Linha 2 do metrô e até um quartel dos bombeiros também submergiram nas enchentes.

Na cidade do Rio, com uma base de comando montada na Pavuna, o prefeito Eduardo Paes decretou situação de emergência, pediu que a população evitasse se deslocar, sobretudo, na Zona Norte, e determinou o cancelamento de ensaios técnicos das escolas de samba previstos para a Sapucaí. Onde a tempestade foi mais intensa, no bairro de Anchieta, foi registrado um acumulado de 264,4mm de chuva num período de 24 horas. Já em Acari, na comunidade Parmalat, ao lado do Ronaldo Gazolla, as montanhas de móveis e eletrodomésticos inutilizados revelavam quantos prejuízos se espalharam pela região.

— Deixei a minha casa e fui para a da minha mãe. Ainda bem, porque a água passou de 1,5 metro de altura. E nisso a gente perde tudo: geladeira, fogão... Já não temos nada. Tudo acabado. Tudo revirado — lamentava o autônomo Fábio Victor Fernandes.

Outra moradora, Rafaela Correia, contou nunca ter visto enchente igual em 20 anos vivendo em Acari — O rio (que corta o bairro) ficou sobrecarregado — afirmou ela sobre o transbordamento que se viu em diferentes pontos da bacia dos rios Acari e Pavuna


Com três mortes, Nova Iguaçu, na Baixada, também acionou o alerta máximo, após ruas de vários bairros terem sido tomadas pela correnteza das águas ainda na noite de sábado. O município de Duque de Caxias, que registrou duas vítimas, decretou emergência, enquanto as demais mortes ocorreram em São João de Meriti (duas), Belford Roxo (uma) e em Acari, Ricardo de Albuquerque e Costa Barros (uma em cada bairro da Zona Norte carioca).

Em Ricardo de Albuquerque, os bombeiros usaram cães farejadores nas buscas por um homem identificado como Geraldo, encontrado morto, soterrado num deslizamento de terra na Rua Moraes Pinheiro. Próximo dali, em Acari, a idosa Marli Zeferino Alves, de 77 anos, foi achada dentro de casa, vítima de afogamento. E em Duque de Caxias, Marcos Aurelio Aguiar Cotias, de 53 anos, não resistiu ao ser atingido por uma descarga elétrica na Rua Marquês de Paranaguá. 

Extra o GLOBO

Postar um comentário

0 Comentários