O sepultamento do corpo da médica Pothira Carneiro Cerqueira Souza que morreu na manhã de terça-feira,16, vítima de um trágico acidente de trânsito na rodovia BA 120,
trecho que liga Riachão do Jacuípe a Conceição do Coité, aconteceu no
fim da tarde desta quarta-feira, 17, no cemitério do Distrito
Juazeirinho, comunidade onde nasceu, deu os primeiros passos até sua
infância quando foi morar com os pais na sede do município, distante 12
km.
O
corpo chegou do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e foi levado para
um memorial ao lado do Ginásio de Esportes de Coité por volta das 13h e
centenas de amigos, familiares e colegas de profissão marcaram
presença, por volta das 16h o caixão deixou o memorial em carreata até
Juazeirinho onde foi montada uma estrutura para celebração de corpo
presente na área externa da igreja.
Foi
franqueada a palavra para que as pessoas pudessem externar suas emoções
e falar do legado de Pothira, a médica pediatra Izalmir Rios falou
muito emocionada sobre a jovem que acompanhou e cuidou enquanto médica
quando ela ainda era uma criança, que viu brincando na rua. “Hoje venho
falar em nome de toda classe médica que chora, os que conhecem e também
os que não conhecem. Eu costumo dizer que não estamos preparados pra
perder, mesmo a gente estudando o curso de medicina, a gente sabe que
somos preparados para salvar, e quando a gente lida com a morte, mesmo a
gente entendendo que somos seres imortais, porque o nosso corpo morre,
mas a nossa alma continua viva, nós sofremos e o que nos sustenta, é o
amor”, afirmou Doutora Iza como é conhecida.
A
médica lembrou da dificuldade que Pothira teve para ingressar na
faculdade e depois na residência limitou ela de um certo tempo de cuidar
tanto da saúde das pessoas, “mas o pouco tempo que ela teve pra cuidar.
ela fez com muita sabedoria, disse Izalmir.
Amigos
pegaram o caixão às 17h20 e seguiram com destino ao cemitério do
Distrito. Os pais Toninho e Eleny professores aposentados acompanharam
todo momento que marcou o último adeus a jovem médica.
Corpo liberado pelo DPT mediante liminar deferida pelo juiz Gerivaldo Neiva |
Muita
gente deve estar se perguntando como foi possível a liberação do corpo
através do Departamento de Polícia Técnica (DPT) em tempo tão rápido,
principalmente quando a morte ocorre dessa forma (corpo carbonizado) que
exige exames minuciosos dos peritos e muitos casos chegam a ficar por
alguns anos no Instituto Médico causando angústia nas famílias.
A
reportagem do Calila Notícias foi informado que o DPT atendeu uma
liminar do juiz de Direito da Comarca de Conceição do Coité, Gerivaldo
Alves Neiva. Em contato com o magistrado ele disse que na tarde de
terça-feira, [mesmo dia do acidente] o advogado Pedro Cedraz fez um
requerimento em nome de Thalyta Carneiro Cerqueira Souza que também é
advogada e irmã de Pothira e do pai delas, Antônio Cerqueira Souza
(Professor Toninho), ele [Pedro Cedraz] juntou a procuração dos dois,
contou o ocorrido e pediu que o corpo fosse liberado.
O
juiz então, usou da mesma estratégia que já havia feito há décadas para
uma situação semelhante. Autorizou a liberação do corpo, porém permitiu
que os peritos reservassem parte de qualquer tecido humano que
entendessem que fosse o melhor para concluir o exame de DNA, na ocasião
os médicos legistas elogiaram a decisão, algo inédito, por entenderem
que amenizava o sofrimento das famílias.
Dr Gerivaldo deferiu nova liminar quando outro jovem morreu carbonizado em acidente. Este é o terceiro caso.
Fonte: Calila Notícias
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