Anderson Torres diz que sua ave mais cara sumiu do Ibama e aciona PF

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O ex-ministro da Justiça Anderson Torres pediu que a Polícia Federal (PF) investigue funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pelos supostos crimes de peculato e maus-tratos. O documento foi apresentado em 19 de dezembro e apontou que o pássaro mais valioso de Torres sumiu do Ibama, onde as aves estão apreendidas há 10 meses.

O pedido à PF foi feito um dia depois de a coluna mostrar que ao menos 16 das 55 aves de Torres apreendidas pelo Ibama morreram sob a guarda do órgão ambiental. Segundo um laudo da PF, 13 animais morreram entre 18 de abril e 24 de maio e não haviam passado por perícia. O Ibama alegou que os pássaros chegaram ao local “debilitados”, mas não informou quantos. No fim de dezembro, a coluna informou que Torres pediu pelo menos duas vezes ao Ibama que devolvesse suas aves.

Na notícia-crime apresentada à PF, o ex-ministro afirma que o bicudo-falcão, seu pássaro mais valioso, desapareceu do Ibama. Segundo o documento, a ave não foi localizada durante uma perícia. Os funcionários do Ibama, ainda de acordo com Torres, tentaram apresentar aos peritos outra ave, sem anilha – identificação na pata do passarinho –, mas não obteve sucesso.

O Ibama e o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) fizeram duas operações na casa de Torres, em 24 de fevereiro e em 18 de abril. Nesse período, o ex-ministro estava preso sob suspeita de atuar nos atos golpistas de 8 de janeiro. Na operação de abril, os agentes apreenderam 55 pássaros do criadouro e levaram os animais ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama em Brasília. Torres nega qualquer irregularidade e diz ser um criador reconhecido de aves há 16 anos.

Procurados, o Ibama e a defesa de Anderson Torres não responderam. O espaço segue aberto a eventuais manifestações.

Na última terça-feira (30/1), o Ministério Público Federal arquivou um inquérito contra o ex-ministro de Jair Bolsonaro por improbidade administrativa. Os investigadores não encontraram indícios de que Torres agiu indevidamente ou se omitiu no 8 de Janeiro.

Depois de quatro meses preso preventivamente por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, Torres foi solto em maio do ano passado. Desde então, segue usando tornozeleira eletrônica e cumprindo medidas cautelares enquanto a PF investiga supostos crimes ocorridos no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes. A defesa diz que Torres agiu dentro da lei.

Metrópoles

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