Desemprego cai apenas no Sudeste no 4º trimestre de 2023, diz IBGE

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A redução da taxa de desemprego no Brasil foi acompanhada por uma queda estatisticamente significativa apenas no Sudeste na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2023.

Nessa região, o indicador recuou de 7,5% para 7,1%, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com o órgão, a taxa ficou relativamente estável em termos estatísticos nas outras quatro regiões —Nordeste (10,4%), Norte (7,7%), Centro-Oeste (5,8%) e Sul (4,5%).

No país, o desemprego recuou de 7,7% no terceiro trimestre do ano passado para 7,4% no quarto. É o menor nível para o período até dezembro desde 2014. O resultado nacional foi publicado pelo IBGE em 31 de janeiro.

“Quem puxou a queda foi o Sudeste”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.

No recorte dos estados, a baixa do desemprego no Brasil foi acompanhada por apenas duas unidades da federação, disse o instituto nesta sexta. São os casos do Rio de Janeiro (de 10,9% para 10%) e do Rio Grande do Norte (de 10,1% para 8,3%).

Outros dois estados registraram aumento na taxa: Rondônia (de 2,3% para 3,8%) e Mato Grosso (de 2,4% para 3,9%). As demais unidades da federação não tiveram variações significativas em termos estatísticos, segundo o IBGE.

“Diversos estados do país apresentaram tendência de queda [do desemprego], mas só em dois deles a retração foi considerada estatisticamente significativa”, declarou Beringuy.

“No Rio de Janeiro, houve crescimento acentuado da ocupação, principalmente nas atividades industriais e de outros serviços. No caso do Rio Grande do Norte, o recuo da taxa foi influenciado pela redução do número de pessoas procurando trabalho no período”, acrescentou.

Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento do IBGE abrange tanto atividades formais quanto informais –dos empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

O ano de 2023, que marcou o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve desempenho acima do esperado da atividade econômica, principalmente no primeiro semestre, quando houve impulso da safra agrícola.

Na visão de analistas, o comportamento positivo do PIB (Produto Interno Bruto) estimulou a abertura de empregos e ajudou a reduzir o desemprego.

Outro possível fator a frear a desocupação foi a saída de parte das pessoas do mercado de trabalho na comparação com o período pré-pandemia –envelhecimento da população e benefícios sociais teriam impacto nesse quadro.

A população considerada desempregada reúne pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de oportunidades. Quem não está buscando vagas, mesmo sem ter emprego, não faz parte desse contingente nas estatísticas oficiais.

No quarto trimestre de 2023, o número de desempregados recuou a 8,1 milhões no Brasil.

Segundo analistas, a perspectiva de desaceleração da atividade econômica deve trazer ritmo menor para o mercado de trabalho ao longo de 2024. A projeção é de arrefecimento nos dados de emprego e renda neste ano, mas sem uma grande preocupação por ora.

Leonardo Vieceli/Folhapress

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