A escalada da violência na Baixada Santista, no litoral paulista, já deixou 14 mortos em supostos confrontos com policiais militares desde o último sábado (3/2). Três PMs também foram assassinados nas últimas duas semanas.
O caso mais recente aconteceu na Vila dos Criadores, em Santos, na noite de quinta-feira (8/2). Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), dois suspeitos foram baleados e morreram em uma troca de tiros com PMs da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).
A pasta afirma que os PMs foram ao local para apurar uma denúncia sobre o possível paradeiro do homem apontado como assassino do soldado Samuel Wesley Cosmo, 35 anos, que também era da Rota, morto em 2 de fevereiro.
Ao chegar ao local, os policiais teriam encontrado “um grupo de suspeitos armados que começaram a disparar”. A SSP afirma que as armas dos criminosos foram apreendidas. Também diz que os agentes encontraram 700 porções de cocaína e 1,4 mil de maconha na mochila de um dos mortos.
Ainda na quinta, outro homem teria atirado contra os PMs, na Avenida Ferroviária, em Cubatão. Ele foi baleado e não resistiu. “A arma usada foi apreendida, bem como as armas dos policiais. Foram encontradas também porções de entorpecentes no edifício de onde ele estava”, diz a pasta.
Kaique da Silva Coutinho, conhecido como “Chip”, é apontado como autor dos disparos que mataram o soldado Cosmo, da Rota Divulgação/SSP
Quatro mortos na quarta
Na madrugada de quarta-feira (7/2), um adolescente de 14 anos e dois homens teriam entrado em confronto na Rodovia dos Imigrantes, em Cubatão, durante abordagem da PM Rodoviária. Um dos indivíduos teria atirado contra os policiais e atingido o colete à prova de balas de um agentes, segundo a SSP. Os PMs teriam revidado e atingido o adolescente, que morreu.
À noite, PMs realizaram uma abordagem em um imóvel na Avenida Osvaldo Toschio, em São Vicente. Em momentos diferentes, dois homens teriam “apontado uma arma” para os policiais, que atiraram e os balearam no local.
Um homem de 20 anos morreu. Outro, de 24, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. “As armas dos suspeitos e dos policiais foram apreendidas. No imóvel também foi apreendido um fuzil calibre .556”, diz a pasta.
Também à noite, um homem de 19 anos e um adolescente de 15 foram mortos em um suposto confronto com a PM, no bairro Belas Artes, em Itanhaém. Com eles, os agentes afirmam ter encontrado uma pistola e um rádio transmissor.
“Os policiais militares checavam a denúncia de tráfico de drogas na região, quando foram recebidos com tiros por cinco criminosos. Na troca de tiros dois suspeitos foram atingidos, os outros fugiram, afirma a SSP.
Sete mortos no fim de semana
Na noite de domingo (4/2), um homem de 28 anos foi atingido por tiros de fuzil disparados por PMs das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) em um carro de aplicativo, em Santos, próximo ao Morro São Bento.
Já no sábado (3/2), três suspeitos morreram em uma suposta troca de tiros com equipes da Rota que fizeram um cerco a pontos de fuga na Vila dos Criadores, em Santos. Com o trio, a polícia diz ter apreendido três armas, 110 porções de maconha, 76 porções de cocaína e 196 porções de crack.
Por volta das 11h do mesmo dia, policiais do 3º Batalhão de Choque faziam ronda em Santos quando um suspeito, ainda não identificado, teria atirado contra a viatura, com um revólver calibre 38. Houve revide e o suspeito morreu no hospital.
Horas antes, durante a madrugada, o catador de lixo José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos, foi morto a tiros em São Vicente. Testemunha declarou ao Metrópoles que ele implorou a PMs da Rota para não ser morto.
Na versão da SSP, o catador teria sido abordado por policiais da Rota na Avenida Sambaiatuba, perto da casa dele, saiu correndo e atirou contra os policiais, que revidaram e acertaram a vítima.
Também durante a madrugada de sábado, por volta das 2h, PMs da Rota que faziam buscas pelo bairro São Jorge, em Santos, afirmam terem sido “recebidos a tiros” por um suspeito. Os policiais revidaram. O homem morreu no hospital.
Três PMs assassinados no litoral
A violência na Baixada Santista fez o secretário Guilherme Derrite transferir o seu gabinete para a cidade de Santos nesta semana. A intensificação das ações policiais acontece em resposta à morte de agentes de segurança.
Para atuar na operação, tropas de outras cidades têm sido deslocadas para o litoral. Conforme mostrou o Metrópoles, uma ordem de serviço também determinou que todo o efetivo fique de sobreaviso.
Os anúncios foram feitos após a confirmação da morte do cabo José Silveira dos Santos, assassinado na manhã de quarta-feira (7/2), na região do Morro de Tetéu, em Santos.
Já no dia 2 de fevereiro, o soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo foi baleado no rosto durante uma operação em uma favela de Santos. A cena foi filmada pela câmera corporal do agente.
O policial da Rota foi morto quando buscava suspeitos pela morte de outro agente, Marcelo Augusto da Silva, assassinado em 26 de janeiro. Silva atuava na Operação Verão quando foi baleado.
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