Ministro dos DH insinua relação entre denúncias em Marajó e depoimento de Bolsonaro

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O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, sugeriu que a atuação de influenciadores para divulgar denúncias de exploração sexual infantil na ilha de Marajó possa ter sido cortina de fumaça para desviar atenção do depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Polícia Federal nesta quinta-feira (22).

Em vídeo, Almeida responde a relatos de exploração sexual infantil que circulam nas redes sociais após a cantora paraense Aymeê falar sobre o tema em uma música, durante participação no reality show Dom Reality.

“Você sabe o que acontece na ilha de Marajó? Bem, muito provavelmente você que está ligado nas redes sociais, que está na internet, você deve ter ouvido essa pergunta aparecer por algum influenciador muito famoso, alguns bem-intencionados”, começa o ministro.

“E essa pergunta apareceu exatamente no dia em que o ex-presidente da república foi depor na Polícia Federal, porque vai ter que prestar contas dos supostos crimes que cometeu contra as instituições brasileiras, contra a democracia brasileira. Mas pode ser só uma coincidência”.

Almeida ressalta que Marajó tem problemas históricos e muitas vulnerabilidades, além de precisar da presença do Estado. “E há problemas de altíssima complexidade ali, porque precisam ser resolvidos com políticas públicas, mas também com a presença das forças policiais”.

No vídeo, o ministro defende o programa Cidadania Marajó como forma de enfrentar as situações de abuso e exploração sexual infantil e “possibilitar a garantia de que essas pessoas que estão no Marajó possam ter acesso a políticas públicas que são oferecidas pelo Estado brasileiro”.

“Nós não podemos associar a imagem de pessoas que sofrem de problemas históricos, que são responsabilidade do Brasil, com o modo de vida dessas populações, um modo riquíssimo de vida, em especial falando de criança, colocando essas crianças como se a vida delas se reduzisse a um contexto de exploração sexual”, critica. “Isso é uma profunda irresponsabilidade”.

Em outubro de 2022, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse ter conhecimento de um esquema de tráfico de crianças para exploração sexual na Ilha de Marajó. Pouco depois, a Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, afirmou em um ofício a organizações da sociedade civil que não recebeu nenhuma informação e não tem ciência de casos de exploração sexual de crianças apontados.

Danielle Brant/Folhapress

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