Ministros do governo Lula receberam com desconfiança a lista tríplice de advogados que disputarão uma vaga de titular no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
O assunto despertou atenção especial no Palácio do Planalto por conta da proximidade do julgamento do pedido de cassação do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União) no TRE-PR.
Aprovada pelo TSE na quinta-feira (1º/2), a lista é composta pelos advogados José Rodrigo Sade, Roberto Aurichio Junior e Graciane Aparecida do Valle Lemos. Todos já foram juízes substitutos do TRE.
A escolha de um dos três nomes caberá a Lula, que deve tomar uma decisão na próxima semana, antes do Carnaval. O escolhido pelo petista terá direito a voto no julgamento de Moro.
No Planalto, a avaliação é de que nenhum dos nomes seria alinhado de fato ao atual governo federal. Os três advogados já tiveram, em algum momento, ligação com o ex-juiz e aliados próximos dele.
Ligações com Moro e Deltan
Sade, por exemplo, já defendeu o ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado federal Deltan Dallagnol. Já Roberto, quando estava como substituto do TRE-PR , deu decisões favoráveis a Deltan.
Em setembro de 2022, a duas semanas das eleições, o ex-procurador comemorou uma decisão de Roberto determinando que sites de esquerda parassem de veicular que a candidatura de Deltan teria sido indeferida.
Já Graciane foi nomeada por Moro em 2019, quando ele era ministro da Justiça de Bolsonaro, como integrante do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (CNSP).
Em 2021, quando o ministro da Justiça já era Anderson Torres, a advogada foi reconduzida duas vezes ao posto, o qual permanece ocupando até hoje na gestão petista, que não a tirou.
O “menos pior”
Apesar da desconfiança em relção aos nomes, ministros de Lula avaliam que José Sade seria o “menos pior” da lista tríplice. O advogado tem buscado aliados do governo em busca de ajuda para ser escolhido.
Moro, vale lembrar, é julgado no TRE-PR em um ações protocoladas por PT e PL. As siglas pedem a cassação do mandato dele de senador por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2022.
A alegação é de que o ex-juiz teria cometido o abuso por ter usado recursos do Podemos, quando era pré-candidato à Presidência da República, para alavancar sua candidatura ao Senado Federal.
Fonte:Metròpoles
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