Alexandre de Moraes dá mais 60 dias à PF para analisar material apreendido no Caso Marielle

Chiquinho Brazão, Rivaldo Barbosa e Domingos Brazão: presos pela PF em operação do caso Marielle

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu um prazo de 60 dias à Polícia Federal para analisar o material apreendido durante a operação para prender os supostos mandantes dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A decisão foi dada durante o despacho do ministro autorizando a operação da PF, segundo informou o blog Segredos do Crime, do jornal O Globo.

Anteriormente, a versão original desta matéria informava, equivocadamente, que a PGR havia pedido mais tempo para diligências ao ministro Alexandre de Moraes. Na verdade, como de praxe, o ministro concedeu os 60 dias, sem que fosse solicitado. A PGR, no caso, vem trocando informações diretamente com o delegado responsável pelo caso para fundamentar a investigação da Polícia Federal. Moraes concedeu o prazo de dois meses, no último dia 23, para que os investigadores federais analisassem o material apreendido nas buscas e produzissem mais provas para anexar ao relatório final da PF.

Após as prisões dos acusados de mandar matar Mariellle — o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão—, além do delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de atrapalhar o caso , a PGR passou a analisar o inquérito para denunciar, ou não, os indiciados pela Polícia Federal. Após a leitura do relatório e com os dados informados pela PF, a Procuradoria-Geral da República ficará mais embasada para decidir. Enquanto isso, os acusados vão continuar presos em presídios federais.

Procurada, a Polícia Federal disse que não irá se manifestar. A coluna tenta contato com a defesa dos indiciados.

Polícia Civil vai ouvir miliciano Orlando Curicica em inquérito sobre conduta de agentes

Logo nos primeiros meses depois do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, foi o principal suspeito de ser o mentor da execução da vereadora. Com o foco sobre ele, Curicica resolveu compartilhar tudo que conhecia sobre o submundo do crime no Rio e acusou o delegado Rivaldo Barbosa de receber propina para sabotar investigações. Grande parte das declarações foram usadas no relatório produzido pela PF para prender os mandantes do crime no último domingo. No documento, também apareceram outros policiais suspeitos de integrarem a rede de corrupção na Delegacia de Homicídios, que já era apontada pelo miliciano há cinco anos. Com isso, a Polícia Civil instaurou uma apuração da Corregedoria do órgão para apurar a conduta dos agentes citados no relatório e afirmou que próprio miliciano será ouvido no inquérito.

Sobre as declarações dadas ainda em 2018 por ele, a Polícia Civil afirmou que Curicica "é líder de uma milícia e foi preso pela Delegacia de Homicídios por crime desta natureza" e que, por essa razão, ele "tem todo o interesse de desqualificar o trabalho da unidade". Eles também afirmam que "a declaração, por si só, tem pouco ou nenhum crédito se não tiver outros elementos que corroborem as afirmações." 

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