Com o encerramento da primeira fase, o Campeonato Baiano conheceu os rebaixados da temporada de 2024. Sem conseguir ultrapassar a casa dos 8 pontos, Bahia de Feira e Itabuna não fazem mais parte da elite do futebol estadual. Na última rodada, o Tremendão até venceu a Juazeirense, mas viu o Atlético Alagoinhas marcar no final e garantir a permanência na elite. Do outro lado, dentro de casa, o Dragão perdeu para o Vitória por 2x0 e não jogará a Série A do Baianão em 2025.
De
semifinalista à rebaixado, os torcedores do Itabuna estão encarando uma
realidade muito diferente da temporada passada, quando avançaram da
primeira fase e terminaram o Baianão na 4ª colocação. Nesta edição, o
Dragão somou apenas seis pontos em nove jogos disputados, com quatro
cinco derrotas, três empates e apenas uma vitória, três ponto a menos
que o Jacuipense, 8ª colocado.
Na última rodada da competição, o
Itabuna enfrentou o Vitória dentro de casa e foi derrotado por 2 a 0,
com gols do lateral PK, ainda no primeiro tempo, e Alerrandro, de dentro
da área, na segunda etapa.
Com 8 pontos somados, o Bahia de Feira
conquistou duas vitórias no decorrer da competição, além de cinco
derrotas e dois empates, finalizando a temporada na 9ª colocação. Contra
a Juazeirense, na última chance para se manter na elite, a equipe de
Feira de Santana venceu por 5 a 1. Entretanto, quando tudo parecia
decidido, o Atlético Alagoinhas marcou no finalzinho diante do Barcelona
de Ilhéus e ultrapassou o Tremendão.
Mudanças por vir? O que ocasionou o descenso?
Em
meio a diversas hipóteses do que, de fato, aconteceu com as duas
equipes para serem rebaixadas da elite do futebol estadual, além do
futebol apresentado, Itabuna e Bahia de Feira possuem um fator em comum:
o conflito da direção interna.
O Dragão, que na temporada passada
foi semifinalista, caminhava a passos largos para a venda da SAF
(Sociedade Anônima do Futebol) enquanto conseguia ótimos feitos, entre
eles o título da Série B do Baianão em 2022. Entretanto, neste ano, o
grupo de investidores deixou o clube após desavenças com a atual gestão.
Em
2023, em conversa exclusiva com o Portal A TARDE, Leonardo Amoedo,
investidor responsável pela SAF, opinou sobre o manuseio deste tipo de
investimento, que segundo ele, "a gestão e a governança precisam estar
sempre acima da política".
“As pessoas discutem muito cifras com a
SAF. Eu falo que a gestão e a governança precisam estar sempre acima da
política. Nas primeiras derrotas, queriam que demitíssemos o treinador.
Pessoal não entende que o Sérgio Araújo participa de um projeto grande. A
gente sabe o que quer e, principalmente, o que a gente não quer para o
Itabuna" disse Amoedo.
Portanto, coincidência ou não, após a saída
dos investidores, o Itabuna retorna à segunda divisão do Campeonato
Baiano em 2025. Porém, ainda neste ano, pela vaga na semifinal de 2023, a
equipe do sul disputa a Série D do Brasileirão, garantindo um
calendário de jogos para além do estadual.
O Bahia de Feira, por sua
vez, vive uma realidade não muito distante e sofrerá com as saídas de
Jodilton Souza, diretor Executivo, e Tiago Souza, atual presidente, que
afirmam estar insatisfeitos com o alto investimento realizado e com o
baixo retorno proporcionado na modalidade.
Desta forma, em conversas
com o Portal A TARDE no início de fevereiro, os empresários garantiram
que pretendem transformar o clube numa SAF e que irão divulgar
publicamente quando o negócio for sacramentado.
Assim, com o negócio
fechado, ambos devem deixar o Tremendão de lado e seguir com foco em
outros negócios. Além disso, durante a conversa, Jodilton Souza afirmou
que é muito difícil trabalhar com futebol baiano no interior.
"É
muito difícil fazer futebol no interior da Bahia, receita baixa, custo
alto, a gente implementando um mundo de dinheiro dentro e acho que
chegou o momento da gente se afastar e buscar outras alternativas na
vida da gente", disse o dirigente, que dá nome à Arena Cajueiro.
Fonte A Tarde
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