O comandante do Exército, general Tomás Paiva, consultou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes antes de confirmar a movimentação do general Richard Nunes como chefe do Estado-Maior da Força.
A movimentação de Nunes, citado no caso Marielle, a um dos cargos mais estratégicos no Exército gerou apreensão no governo e foi revelada pela âncora da CNN Tainá Falcão.
Segundo apurou a CNN, a movimentação de Nunes já estava decidida, mas Tomás Paiva ligou para Moraes para saber se havia alguma pendência em relação a Nunes na investigação de Marielle, que o faria permanecer no Rio de Janeiro para prestar explicações. O ministro teria respondido que não.
Nunes, que na época do assassinato de Marielle era secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, assinou a nomeação do delegado Rivaldo Barbosa para a chefia da polícia civil do Rio um dia após o crime.
A Secretaria de Segurança Púbica do estado do Rio estava sob intervenção federal naquela época.
Rivaldo é acusado de ajudar a planejar o assassinato da vereadora e de encobertar os criminosos.
Logo após a operação da Polícia Federal que desvendou o caso, Nunes veio a público e assumiu a responsabilidade pela nomeação de Rivaldo.
O general afirmou que Rivaldo era uma escolha lógica porque chefiava a delegacia de homicídios e tinha resolvido casos importantes. Ele negou ter recebido a indicação de grupos políticos e disse que não havia indícios concretos de corrupção naquele tempo.
Fontes militares confirmaram à CNN que a indicação de Nunes, que hoje é o sétimo na linha de antiguidade do Exército, gerou dúvidas no presidente Lula, que por lei assina todas as movimentações de generais na Força.
Segundo essas fontes, o presidente examinou os argumentos apresentados por Tomás Paiva e está convencido de que Nunes não está envolvido no caso.
Na época, Nunes foi nomeado secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro pelo interventor, o general Walter Braga Netto, hoje aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
CNN
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