A Polícia Civil de Goiás abriu um
inquérito para investigar um caso de vazamento de fotos íntimas em Alto
Paraíso, interior do Estado. Bruna Flor de Macedo, professora de
História, teve conteúdo íntimo divulgado por estudantes da Escola
Estadual Doutor Gerson de Faria Pereira, de onde foi desligada poucos
meses após o ocorrido.
A
professora emprestou o celular pessoal para que alunos registrassem uma
atividade, mas nesse momento teve pastas particulares vasculhadas pelos
adolescentes de 12 anos.
O
vazamento teria acontecido durante ações escolares relacionadas ao dia
da Consciência Negra, no fim do ano passado, mas foi só nesta
terça-feira, 26, que a história veio a publico
A
professora registrou boletim de ocorrência um dia depois da invasão no
aparelho, após ser informada da divulgação das imagens pela diretoria da
escola.
Segundo
José Lopes, responsável pela defesa de Bruna, que preferiu se
manifestar apenas através do advogado, a professora foi constrangida no
ambiente escolar. "A Diretoria da escola não a acolheu e sim colocou
como autora de um crime. A todo momento apontaram, acusaram, colocaram
como errada quando na verdade ela foi vítima", disse.
O
advogado afirma que meses depois a professora foi demitida sem maiores
esclarecimentos sobre a causa, desde então está desempregada.
"Ela
chegou a passar alguns dias em situação de rua. Está vivendo de favor
na zona rural de Goiás. Muito abalada porque imaginava que teria um
apoio maior da direção", disse.
Em
nota, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc-GO) afirmou
que a demissão não teve relação com o vazamento das imagens.
"A
professora em questão havia sido contratada em regime emergencial para
suprir uma demanda da unidade escolar. O desligamento da profissional se
deu devido à convocação de novos professores aprovados no concurso
público realizado em 2022?, disse.
Já
sobre o vazamento das imagens, a secretaria se limitou a dizer que
segue a legislação de proteção à criança e adolescente, por meio do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e que preza pela harmonia
entre servidores e estudantes.
O
caso é investigado pela Polícia Civil de Goiás como possível ato
infracional análogo ao crime de divulgação de cena de nudez sem o
consentimento da vítima, uma vez que foi praticado por adolescentes que
já foram identificados.
Bruna, a diretora da escola e outros professores foram ouvidos pela polícia, que afirma tratar a ocorrência como prioridade.
Fonte: Correio
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