Uma mãe que prefere não ter o nome divulgado por medo de retaliação, moradora do distrito de Junco, no município de Jacobina-BA, enviou um desabafo ao Calmon Notícias na manhã desta sexta-feira, 26/04/2024, onde ela relata sua luta e a de outras mães em defesa de crianças que, segundo ela, foram vítimas de estupro no referido distrito.
Veja abaixo o desabafo na íntegra:
"É com imenso repugno que venho falar de um assunto muito delicado. Há alguns anos surgiu o primeiro caso de abuso sexual em uma criança de 9 anos de idade, onde a criança passou para a mãe todo o caso. A mãe foi até o pastor e passou o caso onde ele ressaltou que já havia outros casos. Como sempre acontece muitas das vezes, ninguém deu importância.
O réu continuou indo para eventos e se fazendo presente em lugares com todos os desbravadores. Passado um tempo, casos foram surgindo e as pessoas abafando por motivos ocultos da igreja.
Quando os casos foram surgindo, as mães tomaram a coragem de denunciar e🚨🚨🚨 novamente foram massacradas por “membros” (na qual não tem respeito nenhum para julgar, creio que alguns tem um passado tão podre que não pode se quer levantar a mão e falar. Estar na igreja não muda seu passado nem seus atos cometidos.) Foram dias e noites, semanas e meses com a angustia dessas crianças, algumas desistiram de estudar e tiveram transtornos irreparáveis, só que, até aqui o senhor ajudou.
Até que ele foi preso, e veio o alívio por não está mais perto de um lobo em pele de cordeiro. Passou alguns meses e recebemos a notícia que ele seria solto por falta de psicólogos no fórum. Mais uma vez veio a indignação e a sensação de impunidade, Deus sempre presente por que ele tarda, mas não falha. Surgiu mais um caso e, esse sim, estraçalhou ainda mais os nossos corações das mães por que ela (a vítima) tinha apenas 5 anos, aí sim veio a força de levar para frente a dor dessas crianças e de todos os familiares que sofrem juntos.
🚨🚨🚨 não está sendo fácil viver com toda crítica de quem deveria estar ao lado, é horrível vê membros que de alguma forma era exemplo dentro da igreja abrir a boca e falar……. “ela gostou” ela é descararadinha “ela tá com inveja”, ela é o demônio”. Pessoas não indo para igreja por q lá estava à frente... quem acobertou, quem foi cúmplice de abusos... foram 7 crianças que tiveram a coragem de denunciar, e mais de 10 que não tiveram a coragem por motivos próprios.
Então vocês que abrem a boca para julgar, se coloquem no lugar de cada criança, de cada mãe, e, se não for pesado, se colocar no lugar delas, fechem a boca e não fale merda.
Deus é amor e é justiça também, e espero do fundo do meu coração que ele (o suspeito) pague por todos os toques que fez em cada uma dessas crianças. Quanto ao pessoal da igreja, o fim está próximo e Deus sabe do coração de cada um de vocês, e, quando a vida de vocês for exemplo, vocês opinam na vida dos outros.
Você (o suspeito) voltou para onde nunca deveria ter saindo. ATRÁS DAS GRADES##".
Outras vítimas
Outras três mães mantiveram contato com o Calmon Notícias e confirmaram a situação. Uma delas contou que sua filha teria sido abusada dos 9 aos 14 anos, e quando ela descobriu, a filha já ia fazer 15 anos. Ela destacou que foram 3 aos de luta até que o homem fosse preso. "Mais deu certo agora e espero realmente que a justiça seja feita". disse ela se referindo à prisão do homem.
Perguntamos se sua filha teve algum tipo de acompanhamento psicológico após o ocorrido, ela disse que não, porque depois do ocorrido com sua filha, ela (mãe) desenvolveu um quadro de ansiedade e não conseguiu mais trabalhar, por conta disso não conseguiu pagar um tratamento para a filha.
"Tirei ela (a filha) do colégio do junco para estudar em Capim Grosso e ela hoje tá bem melhor". disse a mãe da adolescente.
Uma terceira mãe, que também manteve contato com o CN, disse que os abusos com sua filha começaram quando ela tinha cinco anos de idade, hoje a filha tem 10 anos.
"Um dia minha filha chegou da igreja e disse Mainha, posso te falar uma coisa? A mãe respondeu que sim, então filha teria dito "eu fui abusada" e disse o nome do suspeito. Aí eu fiquei louca, disse a mãe da criança, e disparou... "Aí ela falou tudo que ele fez com ela, falou onde ocorreu, e falou Mainha não fala a ninguém, porque ele falou que se eu falar ele mata meu pai e me coloca no orfanato pra nunca mais eu ver ninguém da minha família (...)."
Uma quarta mãe que falou com nossa redação, disse que sua filha começou ser abusada quando tinha 9 anos, hoje está com 20 anos e segundo ela, carrega o trauma do acontecido quando criança. Ela contou que no ano de 2017, foi na delegacia em jacobina, resolver uma outra situação, e, quando chegou lá se deparou com sua filha e outras mães na delegacia, aí ela disse que tomou um baita susto e só naquele momento tomou "ciência" do que estava ocorrendo e se uniu a outras mães para buscar ajuda junto à justiça.
Ela relatou que sua filha foi abusada durante três anos, período em que participava de eventos na igreja. Só espero que a justiça seja feita, porque as crianças envolvidas carregam um trauma, minha filha mesmo é traumatizada, ele arrasou com nossos sentimentos de mãe, sentimento com nossos filhos, a gente como mãe, sente essa dor. Disse.
O suspeito, segundo elas, foi preso novamente na tarde de ontem, quinta-feira, 25/04/2024, por investigadores da polícia civil na zona rural do município de Jacobina, e está à disposição da justiça. O nome dele também não foi divulgado".
Informações do Calmon Notícias.
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