Preso nessa segunda-feira (22), em Pernambuco, Uelquer Silva de Araújo, o Porquinho, atuava há mais de 15 anos nas proximidades dos bairros de Pero Vaz e Santa Mônica. A prisão ocorreu cinco dias depois que ele foi adicionado ao “Baralho do Crime”, da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Ilustrando a carta “Cinco de Paus”, ele tinha dois mandados em aberto, sendo um por tráfico de drogas e outro por homicídio.
Moradores das localidades descrevem ‘Porquinho’ como uma pessoa reservada. Com medo de retaliação, muitos se recusaram a falar com a reportagem sobre o seu perfil e atuação no bairro. Os que aceitaram falar se limitaram a comentar sobre a sua fama. “Ele é uma pessoa conhecida, mas quem sabe mais é quem está próximo. É meio complicado falar sobre isso, principalmente para quem mora no bairro, mas as coisas que saem sobre ele na imprensa são reais”, disse um morador, que não quis se identificar.
A reportagem foi até a 37ª Companhia Independente de Polícia Militar, responsável pela região, mas não havia fontes no local. Também houve tentativa através do Departamento de Comunicação Social (DCS), que informou em nota que "para esclarecimentos quanto à atuação do indivíduo em questão, bem como de seu eventual envolvimento em crimes nos bairros mencionados, sugerimos contato com a instituição responsável pela condução das investigações".
No dia 28 de setembro de 2008, ele foi denunciado pelo Ministério Público (MP) como o responsável pela morte de Stephany Silva de Jesus, que tinha 6 anos na época. A vítima estava em frente a um bar na 2ª Travessa Mário Alves quando foi atingida por dois tiros na cabeça durante um ataque realizado por Uelquer e um comparsa contra o irmão dela, Emerson Xavier dos Santos Filho. A criança foi levada para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos. Ele foi condenado em 2019 a cumprir 17 anos e 2 meses de prisão.
Em 2009, ele foi denunciado como um dos responsáveis pela morte de Marcelo Ribeiro Carneiro. O crime ocorreu no dia 24 de janeiro, na Travessa Padre Antônio, na Santa Mônica. Segundo os autos do processo, uma testemunha contou que Marcelo teria relatado que estava sendo alvo de ameaças por parte de ‘Porquinho’ e um outro comparsa. Após matar Marcelo, Uelquer teria acenado para ela enquanto portava a arma utilizada no crime. Ao final do processo, os suspeitos foram absolvidos.
“Nesse sentido está o depoimento da testemunha [...] que declarou em juízo que a vítima, Marcelo, vinha sendo ameaçado constantemente pelos acusados. Relatou, ainda, que, no dia do crime, estava próxima ao local de sua ocorrência, quando ouviu os tiros disparados, tendo saído e perguntado o que ocorrera, quando lhe responderam que Marcelo tinha sido morto, momento em que avistara os acusados acenando para a mesma, cada um com uma arma de fogo na mão”, relata o documento.
Ele foi detido em 2014 por policiais militares, na região do Rio Sena, em Salvador. Ele foi liberado após o pagamento de fiança e foi a julgamento no ano seguinte. Relatos dos policiais encontrados nos autos do processo dão conta de que ele estava escondido em uma residência quando foi encontrado.
No momento que a porta do quarto onde ele estava foi arrombada pelos policiais, ele carregava uma criança, usando-a como escudo. Na casa foram encontradas maconha e cocaína, além de uma pistola calibre 380. ‘Porquinho’ teria tentado subornar os policiais numa tentativa de evitar a prisão. Ele foi condenado a nove anos de prisão pelos crimes de tráfico de drogas, porte ilegal de arma e corrupção ativa.
“No Auto de Prisão em Flagrante, às págs. 09/10, o condutor da prisão e o comandante da prisão, disse o seguinte: "(...) que o conduzido tentou subornar o depoente oferecendo R$ 1.000,00 (um mil reais) para ser entregue naquele momento e, posteriormente, depositaria mais R$ 3.000,00 (três mil reais) na conta do depoente", descreve o documento.
Ele foi condenado novamente em 2016 por porte ilegal de arma O caso aconteceu em 2009, onde ele foi preso após uma diligência da Polícia Militar no bairro de Pero Vaz. Segundo o depoimento dos policiais, ele estava em uma residência com outros comparsas quando a guarnição chegou ao local. Eles tentaram fugir, mas Uelquer caiu durante a fuga e foi alcançado. Ele portava uma arma e drogas quando foi preso. Ao final do julgamento, ele foi sentenciado a quatro anos de prisão.
Em dezembro de 2021, Uelquer foi condenado por tráfico de drogas e associação criminosa. A sentença foi resultado de uma operação realizada pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco). Em 2017, a polícia decretou um pedido de prisão preventiva envolvendo 12 pessoas. ‘Porquinho’ era o líder do grupo, que atuava nos bairros da Santa Mônica e do Pero Vaz. Ele foi condenado a sete anos, oito meses e sete dias de prisão, além de pagamento de multa no valor de R$ 27.704.
“Uelquer Silva de Araújo, repita-se, é apontado como líder, fazendo a aquisição de grande quantidade de substâncias ilícitas, repassando-as aos gerentes do tráfico, que as entregavam aos “jóqueis”, e prestavam contas ao dito líder”, descreve o documento.
Fonte\;Correio 24 horas
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