Mineração baiana investiu mais de R$ 9 bilhões nos últimos dez anos

Henrique Carvalhal, presidente da CBPM Crédito: Divulgação/Iracema Chequer/Argo Imagens

Nos últimos dez anos, as empresas que atuam no setor mineral na Bahia injetaram mais de R$ 9 bilhões na economia do estado, de acordo com dados passados nesta sexta-feira (19) por Sandro Magalhães, presidente do Sindimiba, entidade que reúne as principais mineradoras em operação na Bahia. Segundo ele, que tomou posse para um novo mandato à frente do sindicato, a expectativa é que nos próximos anos a atividade amplie ainda mais a sua relevância econômica e social na Bahia.

“A mineração evoluiu demais. Antes, agimos e pensamos nos nossos processos apenas como empresas, preocupados apenas com resultados financeiros. Hoje, temos visão de negócios e nos voltamos para o cumprimento de nossas obrigações sociais e ambientais”, destacou Sandro Magalhães, durante a cerimônia de posse, que reuniu autoridades públicas, representantes de setores econômicos e empresários, no Bistro Trapiche.

Magalhães destacou a contribuição da mineração através da Cfem, os royalties pagos pela atividade a estados e municípios, que ultrapassam os R$ 564 milhões em 10 anos. “Além disso, nós investimos diretamente no estado R$ 9 bilhões, que não serviram apenas para a produção de minérios, mas também para transformar as vidas das pessoas”, destacou.

Sandro Magalhães toma posse para os próximos quatro anos  Crédito: Divulgação/Iracema Chequer/Argo Imagens

O executivo lembrou que cada emprego gerado na atividade mineral é responsável por outros 11 postos de trabalho nas outras etapas da cadeia de produção e falou também sobre a importância da mineração na vida das pessoas. “Não existe civilização sem mineração. Às vezes pensamos que esta dependência é algo da vida moderna, mas não é. A vida humana sempre esteve ligada ao uso dos recursos minerais”, disse.

“Nós temos o desafio de mostrar que mineração ultrapassa a geração de valor. Quando uma mineradora chega a um município, ela gera receitas, mas leva também responsabilidade ambiental e social. Nossos empregos são de qualidade, oferecemos tudo o que a legislação define, mas vamos além, nossos salários são muito acima da média”, diz.

Para Sandro Magalhães, o setor mineral baiano tem pela frente o desafio de consolidar o estado como o terceiro maior produtor nacional e lugar para avançar até a segunda posição.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Carlos Henrique Passos, lembrou que a mineração está entre as atividades industriais que vêm alcançando os melhores resultados no estado. “Para nós a área de mineração é muito importante porque sabemos da potencialidade desta área para a Bahia, que precisa muito disso. Precisamos ter um desenvolvimento econômico para superar as dificuldades que o estado tem”, ressaltou.

Carlos Henrique Passos, presidente da Fieb Crédito: Divulgação/Iracema Chequer/Argo Imagens

Carlos Henrique lembrou da riqueza e da diversidade do estado na área mineral, mas fez questão de lembrar do papel do associativismo no desenvolvimento do potencial baiano. “A Bahia tem diversidade e riqueza sim, mas claro que tem as suas dificuldades. O importante é que possui também um sindicato forte e pode contar com a Fieb para superar estes obstáculos”, disse.

O presidente da Fieb apontou que entre as dificuldades a serem superadas estão questões relacionadas à infraestrutura de transporte da produção baiana e a adequação às crescentes exigências do mercado em relação à sustentabilidade. “Queremos que nossa mineração seja cada vez mais verde, usando todo o potencial que a Bahia tem para isso”, afirmou.

Ele destacou ainda a disponibilidade do Cimatec no desenvolvimento de tecnologia, para agregar valor à produção e lembrou que todos os outros braços do Sistema S da Indústria seguem à disposição da mineração.

O presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carvalhal, acredita que a mineração pode avançar para processos de industrialização dos materiais produzidos no estado. Ele citou como exemplo a sílica do município baiano de Belmonte, que está próxima de se tornar material para a primeira fábrica de painéis solares verticalizada da América Latina, num investimento estimado em R$ 2 bilhões. Ele lembrou ainda que em breve será lançada a pedra fundamental para uma unidade dedicada à produção de fosfato, produto bastante demandado na agricultura, em Irecê. “São exemplos da mineração gerando industrialização”, afirmou.

Henrique Carvalhal, presidente da CBPM Crédito: Divulgação/Iracema Chequer/Argo Imagens
 
 Luciano Judici Torres, superintendente de atração de investimentos, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE), ressaltou o impacto socioeconômico que a mineração tem para a Bahia, com a geração de 15 mil empregos e a participação na renda de 180 mil famílias. “Além da atividade econômica, as empresas do setor têm tido grande contribuição em processos de recuperação ambiental no estado, além de uma importante participação social, principalmente na área da educação”, disse.
Correio 24 horas 

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