A vítima é Núbia Araújo. Ela descobriu o golpe em janeiro, mas passou a falar sobre o crime recentemente e formalizou a denúncia à Polícia Civil, em Teixeira de Freitas, no extremo sul do estado.
Núbia acredita que o crime tenha sido premeditado. No primeiro encontro que teve com o suspeito, ouviu dele a história de que tinha uma causa na justiça contra um homem que lhe devia dinheiro pela compra de um terreno.
Eles iniciaram um relacionamento a distância, com ela morando em Teixeira de Freitas, na Bahia, e o rapaz em São Mateus, no Espírito Santo. Dois meses depois, começaram pedidos de ajuda financeira.
"Ele me ligou perguntando se teria como arrumar R$ 10 mil porque o juiz tinha encontrado uma casa em nome desse cara que o devia. Ele teria que voltar para o cara R$ 50 mil para o juiz segurar a casa pra ele", relatou. Por acreditar na história, Núbia pediu a quantia a uma amiga e repassou ao homem.
Depois, ele surgiu com a proposta de compra de uma escavadeira, que pareceu vantajosa para Núbia. Ela pediu empréstimo a um banco e conseguiu arrecadar R$ 150 mil, que foram repassados a uma empresa que seria intermediadora da compra.
"Ele inventou essa questão da escavadeira, que era uma proposta dos deuses, que estava com o preço muito bom. Falou que daria duas casas que ele tinha de entrada, eu passei R$ 150 mil para a empresa que estava intermediando essa compra da escavadeira, mas a máquina não chegava de jeito nenhum".
Mulher diz ser vítima de estelionato sentimental depois de perder ao menos R$ 160 mil em golpe aplicado pelo ex-namorado — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
Depois de esperar e ser enganada, Núbia saiu da Bahia e foi até a casa do homem no Espírito Santo, em janeiro deste ano. Localizou a casa onde ele morava e diz ter visto ele tirar um jeep da garagem. Nesse momento, suspeitou que o veículo poderia ter sido comprado com o seu dinheiro.
De acordo com a delegada Valéria Chaves, da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, suspeitos como o ex-namorado de Núbia se utilizam do envolvimento emocional das parceiras, visando o bem próprio, nunca o do casal.
"Geralmente, o estelionatário é aquela pessoa bon vivant, educada, que trata especialmente a mulher com muito carinho, muito amor, vai logo conhecer a família pra se entrosar e aí começar a fazer os pedidos. 'Pode pagar pra mim?'".
A investigação ainda está em curso, mas, se comprovada a acusação, o homem pode ser condenado a 10 anos de reclusão.
De acordo com a delegada, uma carta precatória foi enviada ao Espírito Santo para que ele possa ser ouvido no estado. Testemunhas também foram intimadas e devem ter seus depoimentos colhidos ainda neste mês.
G1
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