'Ouvi o vizinho gritando que estava desabando': moradores relatam desespero em deslizamento de terra em Salvador

Desabamento no

Um estrondo e estalos em seguida. O barulho estranho acordou o motorista por aplicativo Bruno Mendes, 39 anos, na madrugada desta segunda-feira (8). Ao chegar na janela do apartamento, ouviu um vizinho gritando que o prédio estava desabando.

"Eu estava dormindo na hora, minha filha dormindo no quarto ao aldo, ao ouvir o estrondo fui para a janela, comecei a escutar estalos, e o vizinho gritando que estava desabando. Peguei minha filha, botei ela do lado de fora do condomínio e depois a gente saiu esvaziando o prédio, ajudando os vizinhos a saírem", contou.

Deslizamento de terra no Politeama
Deslizamento de terra no Politeama Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Ainda segundo Bruno, o volume de água que descia da rua em direção à fundação do prédio era grande. "Estava chovendo e depois engrossou bastante essa chuva. A água vinha muito forte da rua e quanto mais vinha, mais cedia o barro", lembrou. Ele disse que nunca tinha visto nenhuma rachadura no prédio. "Nunca tinha visto rachadura, a água sempre descia pelo bueiro e a gente não sabe oque ocorreu", disse.

Bruno acompanhou o resgate de um idoso que acabou caindo no buraco que se abriu na área do prédio. "Um senhor caiu no buraco porque estar tudo escuro. Ele começou a gritar, pedindo ajuda, e aí um vizinho desceu com uma corda para ajudar".

Resgate

O idoso, que não teve o nome revelado, foi socorrido pelo síndico do prédio, Fábio Souto. Os bombeiros do Salvar já estavam no local quando o idoso caiu na cratera, mas as cordas usadas no resgate foram as do morador.

"Eu pedi ajuda dos bombeiros, mas a viatura deles estava lá embaixo com os equipamentos, mas eu disse que não dava tempo pra isso, qualquer segundo era uma perda. Eu peguei duas cordas que estavam no fundo no meu carro (que ainda não tinha caído), amarrei na minha cintura e joguei pra ele amarrar na cintura e fui puxando ele. Amarramos, puxamos, depois o bombeiro veio e ajudou e depois foi ver se tinha algum tipo de lesão. Foi o Salvar do bombeiro militar", relatou.

Pertences

Na hora da correria, os moradores pegaram apenas o que era essencial. Após avaliação da Defesa Civil, eles foram liberados para retirar outros objetos dos 14 apartamentos. Móveis não poderão ser retirados no momento.

O acesso ao prédio será controlado pelo síndico, para evitar que muitas pessoas tenham acesso ao mesmo tempo. Posteriormente, o edifício passará por uma nova avaliação que vai determinar se há risco de desabamento. Enquanto isso não acontece, os moradores não poderão voltar aos apartamentos.

O prédio tem três andares, além de uma área e playground e andares de garagens no subsolo. Foi nessa área onde ocorreu o deslizamento, atingindo carros que estavam estacionados.

Correio

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