Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), um milhão de pessoas
sofrem de queimaduras todos os anos no Brasil. Destas, 200 mil procuram
atendimento de emergência e 40 mil são internadas e uma média de 2.500
falecem devido a essas lesões ou por complicações. A situação, que já é
preocupante, se agrava no mês de junho por conta dos tradicionais
festejos juninos devido os costumes de acender fogueiras e soltar fogos
de artifício.
De acordo com o enfermeiro sanitarista Marks Passos Santos, docente
da Faculdade Ages em Jacobina, integrante do Ecossistema Ânima, a
tradição de soltar fogos e acender grandes fogueiras, apesar de
centenária, expõe as pessoas a riscos que podem acarretar em emergências
e demais unidades de saúde lotadas. Além das queimaduras, a explosão de
fogos de artifícios pode resultar em acidentes com sequelas graves como
cegueira, perda de audição, amputação de membro e, em casos ainda mais
graves, levar à morte.
“O uso de substâncias inflamáveis como álcool, querosene ou
gasolina no momento de acender uma fogueira é muito perigoso, visto que
pode causar queimaduras graves, não só de quem está manuseando, mas
também das pessoas que estão próximas, devido à explosão causada quando o
fogo entra em contato com a substância”, alerta Marks.
Quanto às queimaduras provocadas pelos fogos de artifícios, a
gravidade está atrelada a área queimada e a quantidade do corpo afetada.
Quanto maior for a área queimada e quanto mais profunda for a lesão,
maior será a gravidade.
“Algo importante é que quando esses acidentes acontecem com
gravidade é preciso acionar o Samu, através do número 192, para os
primeiros socorros no local, que a vítima seja encaminhada a uma unidade
hospitalar de referência e tenha os devidos cuidados. Os socorristas
leigos (parentes, amigos e curiosos) não devem retirar roupas ou objetos
que estão grudados na queimadura, não podem passar nada na área
queimada e nem estourar as bolhas”, chama atenção o professor.
Já em casos de queimaduras leves, Marks orienta que se deve lavar a
área com água corrente e depois procurar a unidade de saúde mais
próxima ou mesmo uma unidade de pronto atendimento para que um
profissional avalie e oriente o melhor tratamento.
“A melhor forma de evitar esses acidentes é não acender fogueiras e
soltar fogos de artifícios, mas se o fizer, que faça com
responsabilidade e muita atenção, principalmente com crianças e pessoas
alcoolizadas”, aconselhou o enfermeiro.
Mas para quem não abre mão das fogueiras e fogos de artifícios nas
comemorações juninas, o professor da Ages separou algumas recomendações
essenciais. Confira:
- Não utilizar substâncias inflamáveis para acender fogueiras;
- Proteger o local da fogueira para que as crianças, idosos, pessoas alcoolizadas e animais não caiam em cima;
- Quando terminar as comemorações, deve apagar a fogueira com água;
- As crianças só devem soltar fogos acompanhadas por um adulto e não os manusear em local fechado ou perto de outras pessoas.
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