Apenas nos três primeiros meses de 2024, 17 pessoas foram espancadas até a morte na Bahia. Isso significa aproximadamente cinco pessoas mortas por espancamento a cada mês este ano. Os números são dos Dados Nacionais de Segurança Pública, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, ligada ao Ministério da Justiça.
No mesmo período do ano passado, foram registrados 23 casos na Bahia, o que significa uma queda de 26% em 2024.
É importante ressaltar que, apesar do número de ocorrências oficiais, muitos casos não são registrados, o que gera subnotificação. A reportagem encontrou um caso em Dias D’Ávila, onde não há casos oficiais registrados, por exemplo. Na manhã de 7 de janeiro, dois irmãos foram espancados até a morte em um matagal na rua Maria Ferreira Simões, no distrito de Imbassaí.
Das 17 vítimas registradas oficialmente, 15 eram homens, e duas, mulheres. Nove casos aconteceram em Salvador, dois em Alagoinhas, dois em Feira de Santana, um em Ilhéus e outro em Itabuna.
Quase 60% dos espancamentos (dez dos 17) foram registrados em fevereiro. Dos que aconteceram na capital, seis foram em fevereiro, período da maior festa de rua do país, o Carnaval.
De acordo com Horacio Nelson Hastenreiter Filho, professor do Mestrado em Segurança Pública, Justiça e Cidadania da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a maior incidência no mês de fevereiro deve ser avaliada no contexto das restrições ao uso de armas nos circuitos do Carnaval.
“Frequentemente no período há, de forma concomitante, a redução de mortes por armas de fogo e o aumento de lesões corporais decorrentes de espancamento e situações semelhantes”, diz.
Relembre alguns casos
No mesmo dia do caso no Corredor da Vitória, outra situação de agressão que resultou em morte aconteceu em Salvador, desta vez em Cajazeiras XI. Na ocasião, o pintor Josenilson Souza Vitorino, de 48 anos, foi espancado até a morte por integrantes da facção Bonde do Maluco (BDM), após impedir que o parente de um traficante estuprasse sua filha adolescente.
Correio 24 horas
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