O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes votou, nesta sexta-feira (21) pela condenação do homem que destruiu o relógio histórico do Palácio do Planalto nos ataques do 8 de janeiro. Antônio Cláudio Alves Ferreira foi condenado a 17 anos de prisão.
“Está comprovado, tanto pelos depoimentos de testemunhas arroladas pelo Ministério Público, quanto pelas conclusões do Interventor Federal, vídeos e fotos realizados pelo próprio réu e outros elementos informativos, que ANTONIO CLAUDIO ALVES FERREIRA (…) com emprego de violência ou grave ameaça, tentou abolir o Estado Democrático de Direito, visando o impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais por meio da depredação e ocupação dos edifícios-sede do Três Poderes da República”, diz voto do Ministro.
Na decisão, estão anexas fotografias da Praça dos Três Poderes. Em seu voto, Moraes descreve como “estarrecedora” as imagens divulgadas pelos próprios vândalos.
“Mais estarrecedora é a quantidade de vídeos e imagens postadas em redes sociais por inúmeros criminosos que se vangloriavam deste enfrentamento e reiteravam a necessidade de golpe de Estado com a intervenção militar e a derrubada do governo democraticamente eleito, tendo isto chegado diuturnamente ao conhecimento desta Corte em inúmeras representações da Polícia Federal”, diz outro trecho.
O julgamento está sendo feito nesta sexta (21) por meio de plenário virtual, quando os ministros votam pelo sistema eletrônico do STF.
O relógio destruído era o único exemplar da peça no mundo todo, dado de presente a dom João 6º pela corte de Luís 14, da França. A obra foi desenhada por André-Charles Boulle e fabricada pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot no fim do século 18, poucos anos antes de ser trazida ao Brasil.
A peça estava abrigada no terceiro andar do Palácio do Planalto, onde está localizado o gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, quando o local foi invadido por centenas de golpistas.
Os ponteiros e números do relógio foram arrancados e uma estátua que enfeitava o topo da peça foi arrancada.
Mariana Brasil e José Marques/Folhapress
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