Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram, nesta quarta-feira (5), a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Alagoas, em Maceió.
De acordo com nota publicada no site do movimento, cerca de 300 manifestantes participaram do ato. Os participantes alegam que o órgão continua sob domínio de grupos políticos contrários à reforma agrária.
“A avaliação é que a substituição de César Lira, primo do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, por Júnior Rodrigues, indicado pelo mesmo parlamentar, significa manter o bolsonarismo no comando, ou seja, deixar a raposa tomar conta do galinheiro”, diz trecho do posicionamento do MST.
Júnior Rodrigues foi indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e nomeado para o cargo no dia 25 de abril. Ele substituiu Wilson César de Lira Santos, primo do deputado e exonerado a pedido do MST.
Até assumir o cargo, Nascimento comandava a Naturagro, uma ONG que prestava assistência técnica para o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no estado.
“O pouco tempo que Júnior está à frente [do cargo] já tem comprovado essa análise. Nada foi feito no sentindo de atender demandas antigas no que diz respeito aos assentamentos e acampamentos. Pelo contrário, são colocados entraves para qualquer avanço da reforma agrária no estado”, diz o MST.
No final de abril, o MST invadiu a sede do instituto em Maceió em protesto contra Júnior Rodrigues. A desocupação aconteceu uma semana depois, no começo de maio.
A reportagem procurou a assessoria de comunicação do Incra, mas não obteve posicionamento do órgão sobre o assunto até o momento.
Também nesta quarta, o MST colocou faixas na frente do escritório de um fazendeiro em Rondonópolis, no estado de Mato Grosso. O grupo deixou tinta vermelha, carvão e embalagens de agrotóxicos na calçada. O movimento acusa o fazendeiro de promover o desmatamento de 81,1 mil hectares no Pantanal.
Em São Paulo, o movimento social fez um escracho na sede do PL, sigla de Jair Bolsonaro. Eles expunham cartazes afirmando que a sigla é inimiga da natureza, e posicionam-se contrários a uma série de projetos de lei que flexibilizariam regras ambientais, por eles chamados de “pacote da destruição”.
Fabio Wajngarten, assessor do ex-presidente, disse em publicação nas redes sociais que a ação do MST é inadmissível e que seria “um ato contra a democracia, um ato contra a ordem democrática do Brasil”, e pediu punição aos responsáveis.
Também foi realizado um escracho na porta da Prefeitura de Maceió nesta quarta, em manifestação relacionada ao caso do colapso das minas da Braskem na cidade. Eles afirmam que o Executivo municipal é omisso com o desastre.
As ações fazem parte de uma programação do movimento social no Dia do Meio Ambiente, onde estão sendo feitas também feiras em outros estados do país, debates e atividades culturais.
José Matheus Santos/Folhapress
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