Nesta terça-feira (4), a Comissão de
Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA)
realizou uma audiência pública para discutir a regulamentação da mão de
obra na produção de sisal e a exigência do Governo Federal de carteira
assinada para todos os trabalhadores. O evento, proposto pelo deputado
Luciano Araújo (SD), contou com a presença de lideranças ligadas à
atividade do sisal no interior baiano, como representantes de municípios
como Jacobina e Conceição do Coité.
Entre
os presentes, estavam a vice-prefeita de Jacobina, Kátia Alves
(Podemos), o vereador Martins (PT), o ex-vereador Gildo Mota e os
produtores de sisal Rui Amorin e Roby Matos, representando o município
de Jacobina.
Segundo
informações apresentadas pelo deputado, a lavoura do sisal chegou à
Bahia em 1910 e atualmente emprega 700 mil famílias na agricultura
familiar. O estado é responsável por 94,5% de toda a produção nacional,
destinando a fibra ao mercado interno e à exportação para 72 países. No
primeiro semestre do ano passado, a Bahia exportou 40 mil toneladas,
gerando uma receita de 49,7 milhões de dólares.
Durante
a audiência, foi proposta a criação de um grupo de trabalho para buscar
soluções que atendam tanto às exigências de formalização dos
trabalhadores quanto à manutenção da produção. O secretário de
Desenvolvimento Regional, Osni Cardoso, destacou as estratégias do
Governo do Estado para minimizar a crise sisaleira, como a compra de um
galpão para estocagem da produção e a intensificação das conversas com a
Conab para aumentar o preço mínimo do sisal.
O
presidente do Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da
Bahia (Sindifibras), Wilson Andrade, ressaltou que, apesar das
dificuldades enfrentadas pelo setor, existem boas perspectivas para os
produtores de sisal. Projetos como o uso da fibra pela Volkswagen, a
produção de etanol a partir da planta agave e a utilização da fibra da
casca do coco por uma empresa alemã instalada na Bahia podem impulsionar
o crescimento do setor nos próximos anos.
No
entanto, Andrade alertou para a necessidade de certificação do produto,
que depende de aprovação ambiental e social. Ele também mencionou o
desafio da contratação de mão de obra, uma vez que muitos trabalhadores
recusam ter suas carteiras assinadas para não perderem benefícios
sociais, enquanto os produtores não precisam de trabalhadores fixos
devido à sazonalidade da atividade.
Por
fim, o empresário sugeriu a criação de uma cooperativa para analisar e
propor soluções para a contratação de mão de obra, considerando as
exigências do Ministério do Trabalho e a realidade dos trabalhadores e
produtores. Apesar da complexidade do problema, ele acredita que há
solução para a questão.
A
presença de representantes de Jacobina, como a vice-prefeita Kátia
Alves, o vereador Martins, o ex-vereador Gildo Mota e os produtores de
sisal do distrito de Lages do Batata, demonstra a importância da
discussão para o município, que é um dos principais produtores de sisal
da Bahia.
Fonte: Jacobina 24 Horas
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