O Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, foi alvo de uma operação pelo quarto dia consecutivo, nesta quarta-feira. Agentes da Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) e das polícias Civil e Militar estiveram no local para demolir o condomínio Novo Horizonte, erguido por traficantes no Parque União. Dos mais de 40 imóveis, já foram demolidos 24 prédios, com 133 apartamentos. Entre os que haviam sido postos abaixo na terça-feira estava um cuja piscina ficava na cobertura.
Durante a operação foram apreendidos televisões, ar-condicionados, fogão e uma geladeira que estavam em um apartamento de luxo de um dos prédios que está sendo demolido. Nele, também foram encontradas máquinas para a realização da obra como gerador, furadeiras, marteletes, além de um depósito com materiais de construção. Nenhuma pessoa se identificou como dona dos equipamentos, segundo a prefeitura. Os itens foram levados para o depósito municipal e poderão ser retirados pelo proprietário, mediante identificação e comprovação de compra.
A PM informou que equipes do Comando de Operações Especiais (COE) atuam nas comunidades Nova Holanda e Parque União. Moradores afirmam que blindados circulam pelas comunidades. Policiais do Batalhão de Polícia de Choque apreenderam, durante um patrulhamento no entorno da comunidade Parque União, um rádio transmissor, um giroflex da Polícia Civil, diversos detonadores, placas de veículos e material explosivo. A ocorrência foi encaminhada para a 21ª DP (Bonsucesso).
Por causa da operação, duas escolas da rede estadual precisaram ser fechadas na região da Maré, afetando aproximadamente 900 estudantes no turno da manhã. Na rede municipal, 24 unidades suspenderam as aulas.
A Clínica da Família (CF) Jeremias Moraes da Silva também fechou as portas no início do funcionamento na manhã e está em avaliação para abertura, afirmou a Secretaria municipal de Saúde. Segundo a pasta, a CF Diniz Batista dos Santos suspendeu as atividades externas, como as visitas domiciliares.
Demolição feita à mão
De acordo com a Seop, a demolição está sendo feito à mão por causa da altura dos prédios e a dificuldade para acessar algumas unidades. O trabalho de preparação para utilização das máquinas já está sendo feito, informou a secretaria.
A Seop frisa que os imóveis foram erguidos sem nenhuma autorização da prefeitura e não possuem responsável técnico pelas obras. Engenheiros do governo municipal estimam prejuízo de R$ 30 milhões aos responsáveis pelas construções.
Extra o Globo
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