Lewandowski demite PRF que aparece em vídeo ensinando como torturar com spray de pimenta

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, decidiu demitir o policial rodoviário federal Ronaldo Braga Bandeira Júnior, que ficou conhecido em 2022 depois de aparecer em um vídeo em que mostra como torturar pessoas detidas dentro de uma viatura, usando spray de pimenta.

A demissão foi publicada no dia 25 de julho e não tem relação com o episódio do vídeo.

Segundo a portaria assinada por Lewandowski, a pena foi imposta porque Bandeira Júnior participou de gerência ou administração de sociedade privada, o que é considerado uma infração disciplinar.
Em uma rede social, o agora ex-PRF comentou a punição e disse que foi “surpreendido”.

“Quando achei que tudo tivesse acabado e que, enfim, tudo estaria bem fui surpreendido com a abertura de um processo de 2017/18 que era acusado de gerência de empresa”, diz ele na publicação.

“Após muitas provas e diligências, havia sido também absolvido de forma ampla. Porém, após um pedido de reabertura (por qual motivo? Não sei!) conseguiram me demitir da instituição”, segue ele.
Procurada, a PRF informou que Bandeira Júnior foi efetivamente desligado da corporação no dia da publicação da portaria.

A corporação informou ainda que o regime jurídico dos servidores públicos civis da União proíbe a participação em gerência ou administração de sociedade privada, além do exercício de comércio, exceto na qualidade de acionista ou cotista.

Questionada sobre qual era a sociedade privada da qual Bandeira Júnior fazia parte, a PRF respondeu que não divulga informações pessoais de servidores.

Três meses antes da demissão, o Ministério da Justiça estabeleceu uma punição a Bandeira Júnior no caso do vídeo.

Apesar de a corregedoria da PRF ter defendido a demissão, na ocasião, Lewandowski decidiu suspender o agente por 90 dias. Na época, Bandeira Júnior comemorou a decisão em suas redes sociais.

O vídeo sobre uso de spray de pimenta para tortura foi gravado durante uma aula para alunos de um cursinho onde Bandeira Júnior era professor. Na época, a instituição informou que o vídeo era de 2016.

As imagens, porém, vieram a público logo após a morte de Genivaldo de Jesus Santos durante uma ação de policiais rodoviários federais, em maio de 2022, em Sergipe.

Genivaldo morreu sufocado depois que os policiais jogaram bombas de gás dentro do porta-malas de uma viatura da PRF onde ele estava detido. Bandeira Júnior não tem envolvimento com esse episódio.

G1

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