Sobe para 26 número de denúncias contra médico suspeito de abuso e importunação sexual na Bahia

Médico tem 26 queixas registradas na Deam de Itabuna — Foto: Redes sociais

Os casos vieram à tona depois que uma agente de saúde denunciou ter sido abusada sexualmente durante uma consulta. O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Itabuna, em 9 de julho. 

O suspeito já tinha outras três denúncias por importunação sexual. Com a repercussão do caso, outras mulheres foram até a Deam de Itabuna e prestaram queixa contra o médico. Assim como a agente de saúde, todas elas relataram que os crimes aconteceram durante atendimentos. Apesar disso, não foi informado se todas as consultas ocorreram na Oncosul.

A defesa do médico afirmou que está contribuindo com as investigações e disse que Antônio Mangabeira aguarda o momento de depor.

De acordo com a polícia, o suspeito ainda não foi intimado, porque o objetivo é que todas as vítimas sejam ouvidas antes. Não foi informado o prazo para ele depor na delegacia.

Relembre o caso

Caso é investigado pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Itabuna — Foto: Divulgação / SSP-BA

Caso é investigado pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Itabuna — Foto: Divulgação / SSP-BA

A agente de saúde contou que procurou o médico para investigar um desconforto no estômago e tonturas frequentes. Na segunda consulta, ela passou mal e teve a sensação de "algo diferente", como toques e beijos.

"Eu vi o jaleco dele melado de batom, mas achei que, por estar tonta, era coisa da minha cabeça", disse.

Na terceira consulta, ocorrida na terça-feira, ela confirmou o abuso sexual. Segundo Romilda, o médico tocou nos seus seios e parte íntima, e também a beijou.

"Eu percebi que era um abuso, que eu estava sendo abusada", relatou.

Ao sair da clínica, Romilda foi até a Deam de Itabuna e registrou a queixa. O caso é investigado pela Polícia Civil da cidade como estupro.

Outra vítima do suspeito é a empresária Carlessandra Dias Pereira, que procurou o médico no ano passado, após sofrer uma perda gestacional. Durante a consulta, o profissional tocou nas partes íntimas da empresária de uma forma que a deixou desconfortável.

"Como ele é médico, pensei que fosse um exame de rotina. Só percebi que foi uma importunação sexual quando ele pediu para ficar de pé e abrir os braços. Ele veio por trás, me abraçou, apalpou minha virilha e ficou se encostando em mim. Fiquei sem reação", relembrou

Por meio de nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) informou que tomou conhecimento do caso através da imprensa e das redes sociais e abriu uma sindicância ex-officio para investigar as denúncias.

Nota de posicionamento da ONCOSUL

"Com mais de 35 anos de atuação, a Oncosul conta com um vasto corpo clínico e uma equipe de funcionários comprometidos com o bem estar e a dignidade humana. Repudiamos veementemente qualquer forma de assédio e reafirmamos nosso compromisso com a ética e a transparência. Estamos colaborando integralmente com as autoridades competentes para a investigação dos fatos, que devem ser apurados pelas instâncias legais, sempre com respeito ao contraditório e ampla defesa.

Aos nossos pacientes, podemos assegurar que as medidas apropriadas serão tomadas, para preservar a integridade e a confiança de todos os que buscam os nossos serviços".

Confira nota de posicionamento do advogado do suspeito:

"A liberdade de expressão é balizada pelo binômio liberdade e responsabilidade e deve observar o princípio constitucional da presunção de inocência. Embora Dr. Mangabeira esteja ávido para esmiuçar cada prova e apresentar sua defesa pessoal, os trâmites legais e sigilo das investigações impedem que ele venha a público se defender nesse momento, tendo a autoridade policial já anunciado que irá ouvi-lo por último. Assim, resta somente opção de acessar o judiciário para ter o mesmo direito de qualquer outro cidadão de não ser tratado publicamente como culpado antes de ao menos ter sido ouvido, muito menos processado e condenado. Ademais, são 68 anos de vida e 42 anos de profissão sem uma mácula".

Nota do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia

"O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) informa que tomou conhecimento do caso através da imprensa e das redes sociais, abrindo assim uma sindicância ex-officio para apuração.

Em tempo, o Cremeb orienta que as denunciante(s) também registre(m) a sua(s) denúncia(s) na entidade. A denúncia pode ser feita na Representação Regional Sul, em Itabuna, ou através do Portal Cremeb, seguindo os pressupostos informados no próprio site.

Em decorrência da disposição prevista no Código de Processo Ético-Profissional, esclarecemos que todos as sindicâncias e processos na autarquia federal tramitam em sigilo processual, respeitando o amplo direito de defesa e o contraditório. Por fim, havendo sanções públicas transitadas em julgado, serão disponibilizadas para conhecimento da sociedade".

G1 

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