Em 4 anos, prefeitos baianos multiplicam patrimônio e entram para clube dos milionários

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Três prefeitos de cidades baianas entraram para o seleto grupo de milionários brasileiros no breve período de quatro anos. A impressionante evolução patrimonial dos gestores foi revelada por reportagem da Agência Tatu que analisou os bens dos prefeitos de todas as cidades do Nordeste, comparando os dados de 2020 com os de 2024. 

Foram considerados aqueles que, em 2020, possuíam menos de R$ 999 mil em bens e, em 2024, ultrapassaram a marca de R$ 1 milhão.

A prefeita da cidade baiana de Nova Viçosa, Luciana Machado, do União Brasil, aumentou seu patrimônio em mais de 18 vezes, saindo de R$ 622 mil em 2020 para R$ 11,5 milhões em 2024, um crescimento de 1.758,19%. 

O salário da gestora do município localizado no extremo sul da Bahia é de R$ 19,5 mil, de acordo com o Portal da Transparência da cidade. Durante todo esse período, Luciana manteve as mesmas informações na declaração: pecuarista, com ensino médio completo e casada. O aumento mais expressivo foi com os 45,98% da participação do capital social na empresa Patrimonial Futuro, do segmento de produção rural, o equivalente a R$ 10 milhões. A empresa foi criada em 15 de julho de 2022 tendo como sócio-administrador o marido da prefeita, o deputado estadual Robinho, também do União da Bahia. 

Outro caso no estado é do prefeito de Barra, no oeste baiano. Em 2020, Artur (PP), tinha declarado R$ 329 mil em bens. Neste ano o seu patrimônio é avaliado em R$ 2,6 milhões, um aumento de 717,67%. 

O prefeito informou ao TSE neste ano que possui uma propriedade rural denominada Fazenda Vale Verde avaliada em R$ 1,5 milhão. Segundo ele, na declaração ao TSE, a propriedade foi adquirida em 2000, mas Artur não a declarou ao TSE quando concorreu em 2008, 2012 e 2020. O candidato à reeleição também acumula outras fazendas, imóveis e herança dos pais. 

Por fim,  Dona Ana, do PSB, prefeita de Mucugê, se elegeu em 2020, declarando R$ 579 mil reais em bens e informou ser servidora pública civil aposentada, viúva e ter ensino superior incompleto. Já em 2024, os bens informados por ela ao TSE cresceram para R$ 4,1 milhões, um aumento de 621,49%. 

O principal fator para o aumento patrimonial, de acordo com a declaração da candidata, foi o surgimento de um valor destinado a um empréstimo de R$ 3,5 milhões concedido ao filho Antônio Carlos Hora Medrado. No entanto, de acordo com a assessoria de imprensa da candidata, o valor faz parte da venda de uma fazenda, que é herança deixada pelo marido e teve trânsito em julgado em 2009. Questionada por não ter declarado a herança nas eleições anteriores, a assessoria da candidata informou que a fazenda foi vendida recentemente e que ainda há bens a serem vendidos. 

BNEWS

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