O lado do Metrópoles é o da notícia. Doa a quem doer

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Nos últimos dois anos, o Metrópoles revelou dois casos que repercutiram na queda de integrantes do primeiro escalão e expoentes de governos antagônicos. Ambos, quis a ironia do destino, foram pilhados em total contradição com o que se espera dos homens públicos. Dos homens. Públicos ou não. Há dois anos, o Metrópoles revelou em detalhada reportagem que o presidente da Caixa Econômica Federal à época – e uma das pessoas mais próximas ao então presidente Jair Bolsonaro – assediava desavergonhadamente funcionárias de uma das mais sólidas instituições brasileiras, o banco que ampara e leva dignidade a milhões de brasileiros.

Em 24 horas, o escândalo tomou proporções tão vexatórias que não houve solução a não ser a destituição de Pedro Guimarães do cargo. Caiu e hoje ocupa a prateleira das autoridades desimportantes e que não deixaram legado, a não ser o da vergonha.

Há pouco mais de 24 horas, novamente o Metrópoles publicou, com exclusividade, uma denúncia avassaladora sobre assédio sexual. Desta vez, o personagem central era um dos homens mais respeitados do governo de Luiz Inácio Lula da Silva: o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida.

Em resumo, criminoso vexame. Denúncias que recaem sobre homens, brancos ou pretos, que não souberam respeitar a soberania das mulheres sobre seus próprios corpos. Silvio Almeida foi acusado de ser um assediador sexual. Entre as vítimas, a ministra Anielle Franco, que representa o Brasil, como ministra, na luta pela Igualdade Racial.

Até ela, autoridade esclarecida e empoderada, não se sentiu pronta para expor o seu agressor. Lembrando aqui que se trata de denúncia que precisa ser devidamente investigada e qualificada. Mas lembrando, também, que os relatos não são isolados. Várias mulheres procuraram o Me Too (instituição que acolhe vítimas de abuso) para contar casos de assédio que teriam sofrido por parte de Silvio Almeida. Ele nega veementemente.

É obrigação das autoridades competentes investigar as circunstâncias e as qualificações das denúncias que pesam sobre Silvio Almeida. O Metrópoles cumpriu, mais uma vez, o seu papel. Expôs, sem ressalvas, as denúncias depois de apuração minuciosa sobre o lastro das acusações. Nas últimas semanas, tão logo o cioso colunista do Metrópoles Guilherme Amado tomou conhecimento dos gravíssimos relatos sobre a má-conduta de Silvio Almeida, ele e a competente equipe do portal foram a campo, conversaram com 14 autoridades em off e tiveram a convicção de que o caso merecia vir a público.

Nos últimos dois anos, muita água correu debaixo da ponte. Vivemos um processo eletrizante que arrastou o pêndulo da direita à esquerda em uma eleição capaz de mobilizar milhões de brasileiros com idade para escolher um lado.

Quem está vivo sabe que condutas reprováveis não estão reservadas a campos ideológicos. Infelizmente, podemos elencar dezenas de comportamentos lamentáveis entre integrantes das mais variadas vertentes, quer estejam alinhados ao progressismo ou ao conservadorismo. Nesse aspecto, o ser humano é genuinamente democrático.

Faço este preâmbulo para reforçar a natureza do Metrópoles, um veículo de comunicação que, desde o dia 1, optou pelo lado do jornalismo, sem preferências. Sem revanchismo. Sem medo.

Neste domingo (8/9/2024), o Metrópoles completa 9 anos desde que publicou sua primeira postagem. É um veículo jovem, mas que alcançou, em menos de uma década, a relevância que muitos meios de comunicação levaram dezenas de anos para construir. Estamos no caminho certo. O da verdade. Doa a quem doer.

Lilian Tahan é jornalista e CEO do Metrópoles

 

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