Esta é a terceira edição da pesquisa, desenvolvida pelas organizações sociais Justiça Global e Terra de Direitos e divulgada na última quinta-feira (3).
Considerando os registros feitos pelo órgão desde 2022, a Bahia está em terceiro lugar entre os estados com maior número de ocorrências de violência política, empatado com Minas Gerais, ambos com 25 casos, e atrás de São Paulo [53] e Rio de Janeiro [32]. [Veja detalhes abaixo]
Entre as ocorrências de 2024 estão dois assassinatos, além de agressão física, atentado e ameaça contra políticos em exercício, candidatos e também outros perfis como secretários de governo e assessores parlamentares. Os dados coletados são de janeiro até 15 de agosto.
Depois disso, outros casos já ocorreram. O mais recente foi em Cachoeira, no recôncavo, na noite de quinta-feira (3). De acordo com a polícia, o candidato à prefeitura Tato Pereira (PSD) sofreu uma tentativa de homicídio na comunidade de Capoeiruçu, durante um compromisso de campanha. Um homem a bordo de uma motocicleta efetuou disparos contra o político, que não foi atingido. Ninguém ficou ferido, nem foi preso.
Jovem de 23 anos morreu após briga por causa de divergência política na Bahia — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Candidata à prefeitura de Itapitanga, Dra. Joanice teve carro alvejado — Foto: Reprodução/Redes sociais
Acirramento da violência política
Conforme o levantamento, entre novembro de 2022 e 15 de agosto de 2024 foram 25 casos na Bahia:
- 3 assassinatos
- 5 atentados
- 8 ameaças
- 7 agressões físicas
- 1 ofensa
- 1 criminalização
Ao todo, no Brasil, foram 145 casos somente em 2024. Isso significa que a cada um dia e meio houve um caso de violência política no país. A série histórica da pesquisa revela que de 1º de janeiro de 2016 e 15 de agosto de 2024, foram identificados 1.168 casos de violência política no Brasil. O número já contabiliza os dados da nova edição.
“Desde a primeira edição da pesquisa é possível identificar que em anos eleitorais há um acirramento da violência política. Nos casos registrados percebemos uma naturalização da violência política dado os altos índices de assassinatos, atentados e ameaças. A pesquisa ainda identifica que a violência política afeta as mulheres de maneira desproporcional”, destaca a coordenadora de incidência política da Terra de Direitos, Gisele Barbieri.
Para segundo Barbieri, é necessário criar respostas institucionais à altura, com legislações não só de caráter punitivista, mas também pedagógico, com ações coordenadas de enfrentamento por parte dos órgãos de Estado.
G1
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