A aeronave de modelo Embraer-121 Xingu, que caiu no início da noite de quarta-feira (23) em uma região rural da cidade de Paraibuna, no Vale do Paraíba, em São Paulo, pode ter se desorientado no ar por uma possível falta de informações geoespaciais. Chovia muito na hora do acidente. O bimotor de matrícula PT-MBU estava regular e autorizado a voar – inclusive durante o mau tempo –, mas colidiu contra um morro e pegou fogo. As cinco pessoas a bordo, que moravam na Bahia, morreram.
As vítimas eram o comandante Jefferson Rodrigues Ferreira, 36 anos, o copiloto Dulcival da Conceição Santos, 39, a médica Sylvia Rausch Barreto, 31, o mecânico Joseilton Borges, 53, e o enfermeiro Erisson Silva da Conceição Cerqueira. Eles estavam em um voo que saiu de Florianópolis (SC) rumo a Belo Horizonte (MG) para abastecer. O destino final da viagem era Salvador.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave sobrevoava a região do Vale do Paraíba durante uma forte tempestade. No entanto, esse fator por si só não configura um motivo para queda, conforme aponta Raul Marinho, especialista em aviação e diretor técnico da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag).
“Em tese, quando acontece um acidente como esse, que é chamado de Voo Controlado Contra o Terreno (CFIT), em condições de mau tempo, é possível que a tripulação tenha ficado desorientada e, por algum motivo, não tenha tido a informação correta da altitude ou da localidade em que estava”, afirma.
Outra hipótese, menos provável com base nas informações preliminares que existem sobre o acidente, é de que a aeronave pode ter tido um problema na alimentação do combustível, embora seja possível descartar a possibilidade de escassez. “Se o avião pegou fogo é porque tinha combustível para sustentar as chamas. Então, combustível provavelmente tinha, só não sabemos se ele estava chegando nos motores”, pontua Raul Marinho.
A reportagem procurou o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), pasta da Força Aérea Brasileira (FAB) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para obter novas informações sobre as circunstâncias da queda do bimotor. A Anac passou a demanda para a Cenipa que, por sua vez, enviou uma nota abordando tão somente os procedimentos iniciais que têm sido feitos.
“Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”, detalhou a entidade em nota.
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