PF apreende veículos e embarcação de investigados em esquema de venda de sentenças na Bahia

PF cumpre seis mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Patronos na Bahia — Foto: Polícia Federal

Em meio à investigação de um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Patronos VII, nesta terça-feira (22), em Salvador.

Na primeira fase da investigação, foi identificada a suposta negociação de uma sentença assinada por uma desembargadora. O esquema ilegal teria resultado em vantagem indevida de mais de R$ 35 milhões para a parte favorecida, em valores atuais, de acordo com a polícia.

As duas primeiras fases foram deflagradas em 14 de setembro de 2023 e 1º de julho de 2024. No período, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos endereços dos investigados.

Operação Faroeste

A Operação Faroeste apura um esquema de venda de decisões judiciais para a grilagem de terras no oeste da Bahia. A ação começou no final de 2019, com a prisão de quatro advogados, o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão e o afastamento de seis magistrados – entre eles o presidente do TJ-BA da época. Desde então, ocorreram várias prisões e movimentações no caso.

Lembre quem foram os magistrados afastados quando a Faroeste foi inicialmente deflagrada, em 2019:

  • Gesivaldo Britto, desembargador e presidente do TJ-BA à época;
  • José Olegário Monção, desembargador;
  • Maria da Graça Osório, desembargadora;
  • Maria do Socorro Barreto Santiago, que é desembargadora;
  • Marivalda Moutinho, juíza;
  • Sérgio Humberto Sampaio, juiz.

As investigações da PF apontam a participação de juízes e desembargadores da Bahia, além de membros de outros poderes, que teriam operado na blindagem institucional da fraude. A organização criminosa investigada contava ainda com laranjas e empresas para dissimular os benefícios obtidos ilicitamente.

Há suspeitas de que a área objeto de grilagem supere os 360 mil hectares e de que o grupo envolvido na dinâmica ilícita tenha movimentado cifras bilionárias. Conforme a PF, o grupo é suspeito de corrupção ativa e passiva, lavagem de ativos, evasão de divisas, organização criminosa e tráfico de influência.

G1

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