Clientes denunciam proprietário de loja de veículos em Feira de Santana por estelionato

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Clientes denunciaram o proprietário de uma loja de veículos, localizada na Avenida Maria Quitéria, em Feira de Santana, por prática de estelionato. Conforme apuração do Acorda Cidade, eles relatam ter sido prejudicados após pagamentos substanciais pela compra e venda de veículos, alegando que ele recebia o dinheiro e desaparecia, deixando-os sem o carro e sem a documentação. Desde então, vizinhos observaram o fechamento da loja e o desaparecimento do suposto estelionatário.

“Desde 2017 eu conheço a loja. Sempre fui muito bem atendido lá. Já negociei outro carro com eles, vendeu para mim, deu tudo certo. Agora fui vender outro carro, não hesitei, procurei a mesma loja”, relatou uma das vítimas, que mencionou que o homem havia prometido o pagamento em até dez dias úteis. Apesar disso, após tentativas de contato por mensagens e ligações sem resposta, a vítima enviou um conhecido até o local. “Chegou lá, a loja estava fechada. Infelizmente”, informou um dos clientes ao Acorda Cidade.

Outro cliente, que comprou um veículo do mesmo homem em agosto deste ano, descreveu ao Acorda Cidade, a compra do carro no valor de R$ 83 mil. “Eu passei na Avenida Maria Quitéria e vi um carro que me interessou. Procurei a agência, e o senhor (suspeito) me passou o valor. Me interessei, fechei negócio com ele.” O cliente afirma ter pago uma entrada de R$ 53 mil (R$ 40 mil no pix e R$ 13 mil em espécie), além de financiar os R$ 30 mil restantes. Ele diz que o vendedor prometeu transferir a propriedade do carro em até oito dias, mas já passaram dois meses e nada até o momento.

“Liguei algumas vezes para ele, ele só fazia me relatar que quando o documento chegasse, ele me ligaria pra passar o documento para mim. No dia oito de novembro, na sexta-feira, eu fui até a empresa dele, para saber se o meu documento tinha chegado, e quando eu cheguei lá, me deparei com a agência fechada, sem nenhum veículo e informações dos vizinhos que o mesmo tinha sumido, desaparecido, fechado a loja e ninguém sabia o paradeiro dele. Foi aí, então, que eu procurei a delegacia de polícia para prestar um boletim de ocorrência, e lá eu descobri que o carro que ele me vendeu não era dele, era de uma terceira pessoa e que essa pessoa não tinha recebido nenhum valor da mão dele; e que a mesma estava procurando bloquear o carro para requerer de novo o seu bem”, revelou em entrevista ao Acorda Cidade.

Por conta da demora para realizar a transferência do documento para o seu nome, o cliente disse que começou a desconfiar da negociação.

Segundo o cliente, a esposa do homem entrou em contato com ele logo após ele realizar o boletim de ocorrência, afirmando que o homem estava foragido e enfrentando problemas pessoais. “Ela me ligou, eu estava na casa da minha sogra, me relatando que o mesmo estava foragido, que estava passando por uma situação difícil, que já tinha tentado até suicídio, e ela me relatou e chegou a me falar que não tinha uma notícia muito boa para me dar; a notícia era que a pessoa que confiou e deixou o carro lá para vender, eles não tinham pagado a essa pessoa, e que essa pessoa queria o bem de volta”, disse o cliente.

Em conversa com o delegado, a vítima relatou que ambos, ele e o proprietário original do carro, são considerados vítimas. Contudo, ele acredita ser o maior prejudicado, pois pagou integralmente o valor do veículo à empresa de veículos e possui comprovantes do pagamento.

“Eu comprei numa loja, paguei o valor que a loja me pediu, e agora a pessoa que se diz ser o proprietário do veículo tem que buscar judicialmente a empresa. Eu não comprei nada com ele, comprei com a empresa, tenho os comprovantes, tenho a documentação que paguei o carro e quero ter o direito do carro definitivo por ter pagado”, afirmou.

O cliente, orientado por seu advogado, disse que vai interromper o pagamento das parcelas do financiamento. “Eu conversei com o meu advogado, ele me sugeriu que eu não pagasse até a gente ver o imbróglio final dessa situação, porque corro o risco de continuar pagando o carro e ainda não ter o direito de ser o proprietário final do automóvel”.

Ainda em entrevista ao Acorda Cidade, o cliente explicou que a situação afetou sua renda, pois o veículo, uma Spin Prata, seria utilizado para trabalho.

“Eu tinha um outro carro popular, vendi para juntar o dinheiro da entrada e dar no carro com o intuito de trabalhar, de fazer viagem. Eu estou sem trabalhar, era a única renda que eu tinha no momento, o carro para trabalhar e agora eu estou me sentindo de mãos atadas e de certa forma com algum receio, porque o dono já falou que quer o carro. E eu não quero nada de ninguém, não quero um real de ninguém, só quero aquilo que é meu por direito”, afirmou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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