A Operação Carro-Pipa, programa essencial para o abastecimento de água potável em regiões do semiárido nordestino, foi suspensa nesta segunda-feira (25) devido à falta de repasses do governo federal. A medida, confirmada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e pelo Exército, afeta 344 municípios em situação de emergência por seca ou estiagem, deixando 1,25 milhão de pessoas sem acesso à água potável. Na Bahia, a população de 55 municípios, cerca de 440 mil habitantes – fica a partir de hoje sem o abastecimento de água feito através da carros-pipa.
De acordo com o Escritório Nacional da Operação Carro-Pipa, vinculado ao Comando Militar do Nordeste, a distribuição foi interrompida “em quase todo o semiárido” por falta de recursos descentralizados. Estados como Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia estão entre os mais impactados. Apenas Sergipe e Ceará seguem com o programa funcionando normalmente.
Impactos nos estados mais atingidos
Antes da suspensão, a operação beneficiava cerca de 1,4 milhão de
pessoas em 379 municípios. Pernambuco lidera entre os estados mais
afetados, com 508,4 mil beneficiários em 93 cidades. Na Bahia, 339,5 mil
pessoas de 55 municípios dependiam do programa, enquanto a Paraíba
contava com 139,3 mil moradores atendidos em 90 localidades.
O impacto é severo nas zonas rurais, onde os pipeiros atuam principalmente para levar água a distritos distantes. Na Paraíba, a Federação dos Municípios (Famup) alertou sobre a urgência de resolver o problema junto ao Governo Federal. “A suspensão agrava a situação de milhares de cidadãos que dependem exclusivamente desse serviço para ter acesso à água”, afirmou George Coelho, presidente da entidade.
Orçamento insuficiente e futuro incerto
O orçamento do programa para 2024 foi estipulado em R$ 696 milhões, mas
R$ 508 milhões já foram empenhados até outubro, enquanto outros R$ 108
milhões estão como restos a pagar. O MIDR informou que notificou os
Ministérios do Planejamento e da Fazenda sobre a situação e aguarda a
liberação de crédito suplementar para retomar as atividades.
Enquanto isso, empresas contratadas devem operar até o final de novembro, mas operadores autônomos já suspenderam os serviços.
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